China dispara mísseis contra Taiwan e cruza limites marítimos com navios e aviões de guerra

Essa é a primeira vez que projéteis sobrevoaram a ilha; manobra faz parte dos exercícios militares chineses que vão até domingo

  • Por Jovem Pan
  • 05/08/2022 11h18
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PLA EASTERN THEATER COMMAND/ESN / AFPTV / AFP míssil chinês Míssil sendo disparado durante um exercício militar do governo chinês sobre Taiwan

Após três dias da visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, a Taiwan, a China continua condenando a viagem. A imprensa estatal da chinesa informou nesta sexta-feira, 5, que mísseis chineses sobrevoaram Taiwan durante as manobras militares executadas por Pequim. Essa é uma ação inédita e provocativa. O exército e o governo da China ainda não confirmaram formalmente que os mísseis sobrevoaram a ilha. As autoridades taiwanesas também se negaram a confirmar essa informação. Contudo, o ministério da Defesa de Taiwan afirmou que 68 aviões de combate e 13 barcos de guerra chineses cruzaram a “linha mediana” do estreito que separa a ilha da China continental. “Condenamos o exército comunista que cruzou deliberadamente a linha mediana do estreito, assediando por ar e mar ao redor de Taiwan”, disse o ministério em comunicado. A pasta denunciou exercícios militares “altamente provocadores”. A visita de Pelosi, que durou menos de 24 horas, irritou a China, pois o país considera a ilha parte de seu território e iniciou na quinta-feira os exercícios militares mais importantes de sua história ao redor de Taiwan, em seis áreas.

Esses acontecimentos vêm um dia depois da China lançar um míssil em direção a costa da ilha. As manobras militares devem prosseguir até meio-dia (hora local) de domingo. Até o momento, a China ignorou os protestos dos Estados Unidos e seus aliados, que disseram que não há “nenhuma justificativa” para os exercícios iniciados por Pequim após a visita de Pelosi a Taiwan. “Estas ações provocativas são uma escalada significativa”, disse Blinken após reuniões com os ministros das Relações Exteriores de países do sudeste asiático no Camboja. Para o secretário americano, a China tenta alterar o frágil “status quo” a respeito de Taiwan. Ele disse que advertiu o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, durante uma reunião recente na Indonésia, que Pelosi provavelmente visitaria a ilha. “O fato é que a visita da presidente da Câmara de Representantes foi pacífica. Não há justificativa para esta resposta militar extrema, desproporcional e que alimenta a escalada”. Blinken também disse que a posição dos Estados Unidos sobre Taiwan não mudou e que o país “não se deixará provocar” pelas ações da China.

avião militar da China

Jato militar chinês sobrevoa a ilha de Pingtan, um dos pontos mais próximos da China continental de Taiwan, na província de Fujian │HECTOR RETAMAL / AFP

*Com informações da AFP

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