China e Rússia fazem acordo ‘sem limites’ e declaram oposição ‘a qualquer expansão da Otan’

Declaração ocorre meio a uma escalada de tensões entre o Kremlin e os países ocidentes, que prometem responder caso a Putin invada a Ucrânia

  • Por Jovem Pan
  • 04/02/2022 12h03 - Atualizado em 04/02/2022 13h42
Divulgação/Kremlin Os presidentes Vladmir Putin e Xi Jinping se reuniram em Pequim É a primeira vez desde o início da pandemia que Xi Jinping se encontra presencialmente com um líder estrangeiro

O presidente da China, Xi Jinping, recebeu, nesta sexta-feira, 4, em Pequim, o seu homólogo na Rússia, Vladimir Putin, e declarou que ambos os países se apoiarão firmemente na “salvaguarda dos seus principais interesses”. A declaração ocorre meio a uma escalada de tensões entre o Kremlin e os países ocidentais, que prometem responder caso a Rússia invada a Ucrânia. Putin enviou uma tropa para a fronteira após a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumentar as atividades no território ucraniano. Sem citar diretamente o conflito, os líderes expressaram oposição “a qualquer expansão futura da Otan”. “Rússia e China se opõem às tentativas de forças externas de minar a segurança e a estabilidade em suas regiões adjacentes comuns”, diz comunicado conjunto divulgado pelo Kremlin.

Sem citar os Estados Unidos, os países afirmaram que “alguns atores que representam uma minoria na escala internacional continuam a defender abordagens unilaterais para abordar questões internacionais e recorrer à força; interferem nos assuntos internos de outros Estados, infringindo seus direitos e interesses legítimos, e incitam contradições, diferenças e confrontos, dificultando o desenvolvimento e o progresso da humanidade”. A China e a Rússia ainda reafirmam seu “forte apoio mútuo à proteção de seus interesses centrais, soberania estatal e integridade territorial” e disseram se opor à “interferência de forças externas em seus assuntos internos”. Por fim, declararam que as relações interestatais entre Rússia e China são superiores às “alianças políticas e militares da época da Guerra Fria” e que a “amizade entre os dois Estados não tem limites”. “Não há áreas ‘proibidas’ de cooperação. O fortalecimento da cooperação estratégica bilateral não visa países terceiros nem é afetado pela mudança do ambiente internacional e mudanças circunstanciais em países terceiros.”

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