China terá sua primeira queda no PIB em 40 anos, diz estudo

  • Por Jovem Pan
  • 06/04/2020 19h24
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EFE/EPA/WU HONG Meta de crescimento do país também sofrerá redução

O Produto Interno Bruto (PIB) da China deve registrar sua primeira queda em quarenta ano. Os dados são do estudo “Perspectivas do Desenvolvimento Econômico Chinês pós-Covid-19 e impactos para a economia brasileira”, elaborado pela Inovasia Consulting.

“O que já se sabe sobre os efeitos do Covid-19 na economia chinesa é que o PIB chinês terá a primeira retração em quatro décadas no 1º trimestre de 2020 e, no ano, a meta de crescer 6% deve ser reduzida para 4,5%”, diz o relatório.

Segundo o estudo, as empresas vivem em compasse de espera, aguardando a abertura do Congresso Chinês, quando medidas antícíclicas de apoio às médias empresas e estímulo ao consumo das famílias devem orientar a reação do setor privado.

A análise trata também de grandes empresas do setor de turismo e entretenimento, que já anunciaram processos de recuperação judicial. O documento aponta que, sem política pública de incentivo à atividade econômica, as falências em 2020 devem superar números negativos registrados na crise do subprime em 2008.

Consumo

De acordo com o estudo, o consumo de petróleo recuou 30% neste início de ano e deve seguir baixo ao longo do ano. Já a demanda por minérios seguirá estável, uma vez que grandes obras de infraestrutura foram retomadas no país.

A pesquisa ressalta ainda que associações exportadoras de classe no Brasil indicam que pedidos de proteína animal na China continuam em alta e não devem ser afetados pela crise da covid-19. O maior desafio são as interrupções logísticas e eventual acordo chinês com produtores de frango nos Estados Unidos, o que prejudicaria exportações brasileiras.

Segundo a Ivovasia Consulting, o país asiático segue com necessidade de abastecer sua indústria de carnes, uma vez que a “gripe africana” que levou ao abate em massa de suínos, na China, não foi superada.

O estudo destaca também que fábricas chinesas voltam a operar perto de sua capacidade máxima. No entanto, fabricantes locais temem acelerar sua produção de componentes, já que o cenário internacional mostra desaquecimento. Há temor de que investimentos na produção não se paguem, se a demanda no Ocidente não for retomada.

* Com Estadão Conteúdo

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