Ciclista negro é morto com 20 tiros nas costas pela polícia de Los Angeles

Segundo oficiais, ele fugiu de uma abordagem e deixou cair uma arma; família contesta versão

  • Por Jovem Pan
  • 02/09/2020 01h39
EFE/EPA/ETIENNE LAURENT Manifestantes acendem velas onde Kizzee foi baleado

Um ciclista negro foi morto pela polícia de Los Angeles na tarde segunda-feira, em mais um episódio que causou revolta na população dos Estados Unidos por conta da violência policial contra pessoas negras. Dijon Kizzee foi baleado mais de 20 vezes pelas costas, após uma tentativa de abordagem por uma suposta violação do código de transito para ciclistas.

Segundo o Departamento de Polícia de Los Angeles, Kizzee teria abandonado a bicicleta para fugir da abordagem, sendo perseguido pelos policiais. Ele teria acertado um soco no rosto de um dos oficiais e deixado cair um amontoado de roupas, de onde teria saído uma arma de fogo. Em entrevista a jornais locais, o porta-voz do Departamento, Brandon Dean, não soube informar qual parte do código de trânsito o jovem teria desrespeitado, ou quantas vezes ele teria sido alvejado. Dean se recusou a responder perguntas sobre os policiais envolvidos.

A família de Kizzee contesta a versão. “Vocês não matam nenhuma outra raça, só a gente, e não faz sentido”, disse Fletcher Fair, tia do ciclista, à imprensa local. A autópsia será conduzida pelo legista do condado.

Especialista em direitos civis e ativista reconhecido por representar vítimas negras nos Estados Unidos, Ben Crump falou sobre o caso nas suas redes sociais. “Eles dizem que ele correu, derrubou roupas e uma arma. Ele não pegou a arma, mas os policiais o balearam pelas costas mais de 20 vezes e o deixaram por horas”, escreveu. Ele também pedou para que eventuais testemunhas enviassem vídeos do ocorrido. “Ao contrário da polícia de Los Angeles, os delegados do xerife do condado não são obrigados a usar câmeras, então não há imagens conhecidas do que aconteceu. Se você testemunhou esse incidente ou tem um vídeo dele, me envie por mensagem agora!”.

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