Com 7,5 mil casos de coronavírus, Chile defende ‘quarentena estratégica’

Medida tem sido alvo de críticas por parte de prefeitos

  • Por Jovem Pan
  • 13/04/2020 17h41
EFE/Ricardo Maldonado Rozo/Archivo colombia-coronavirus A estratégia que o Chile tem seguido desde o início da pandemia se baseia na decisão de confinar ou liberar diferentes cidades e comunas

O governo do Chile informou nesta segunda-feira (13) que os casos do novo coronavírus no país chegaram a 7.525 e defendeu a estratégia de combate à pandemia que vem adotando, que consiste em quarentenas estratégicas. Não foi determinado confinamento no país inteiro, mas sim de cidades e municípios específicos.

“A quarentena estratégica, adotada pelo presidente Sebastián Piñera, é a mais apropriada para o nosso país. Certas previsões muito catastróficas que vimos no início dessa epidemia não estão sendo cumpridas”, disse o ministro da Saúde do Chile, Jaime Mañalich, em entrevista coletiva.

O país vizinho, para o qual os especialistas esperam um pico de infecções entre o final deste mês e o começo do próximo, registrou 312 novos casos e duas novas mortes nas últimas 24 horas, o que é o menor número em 11 dias. O número total de vítimas é de 82.

Desde que o primeiro caso foi detectado no sul do país, em 3 de março, 2.367 pessoas já se recuperaram e mais de 85 mil testes foram realizados. Atualmente, 387 pacientes estão internados, dos quais 333 requerem ventilação mecânica e 100 estão em estado considerado crítico.

Estratégia questionada

A estratégia que o Chile tem seguido desde o início da pandemia se baseia na decisão de confinar ou liberar diferentes cidades e comunas, dependendo da evolução do número de infecções por quilômetro quadrado.

Nesta segunda-feira, por exemplo, foi suspenso o confinamento em três municípios do leste de Santiago que estavam em quarentena há duas semanas — Providencia, Lo Barnechea e Vitacura –. A medida, no entanto, não convence os prefeitos e tem provocado críticas em diferentes setores.

A consultoria Plaza Pública Cadem revelou em uma pesquisa que 79% dos chilenos desaprovam a suspensão das quarentenas nessas regiões, que foram as principais fontes de contágio no início da pandemia e onde a população pode agora circular sem restrições, embora os negócios não essenciais permaneçam fechados.

“O confinamento obrigatório produz uma alteração de tal magnitude que tem de ser usada com muita prudência e sabedoria. Mas, de forma alguma, significa que estamos suspendendo o alerta. O que vivemos é muito importante, os casos vão continuar aumentando”, assegurou o ministro durante a coletiva.

Mañalich afirmou ainda que novas medidas serão anunciadas nesta terça-feira e que o número de comunas no país que será colocado em quarentena é muito maior do que o número que deixará o confinamento.

O Chile está em estado de emergência, com toque de recolher a partir das 22h, com as aulas suspensas até maio e com fronteiras e negócios que não são de necessidades básicas fechados.

* Com EFE

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