Com Merino sendo investigado, Sagasti assume presidência do Peru

O ex-presidente interino, que anunciou a sua renúncia no domingo, está sendo acusado de ter sido o responsável pelos graves abusos realizados contra os manifestantes nos últimos dias

  • Por Jovem Pan
  • 16/11/2020 17h27
EFE/Paolo Aguilar Moradores de Lima prestaram homenagens aos estudantes universitários mortos durante as manifestações

Nesta segunda-feira, 16, o Congresso elegeu como novo presidente do Peru o congressista Francisco Sagasti, membro do Partido Morado, de tendência centro-liberal. Enquanto isso, o ex-presidente interino, Manuel Merino, está sendo investigado pelo Ministério Público por violações dos direitos humanos. O político, que esteve no comando do país por apenas uma semana, renunciou ao cargo neste domingo, 15. Também são alvo da investigação o primeiro-ministro interino Ántero Flores-Aráoz e o ministro do interior interino Gastón Rodríguez. Todos estão sendo acusados de abuso de autoridade, homicídio doloso, desaparecimento forçado e lesões corporais leves e graves. A investigação é uma resposta às acusações feitas por organizações de direitos humanos e gira em torno da repressão brutal dirigida pelo governo de Merino aos protestos populares que ocorreram na capital, Lima.

As manifestações começaram quando Merino tomou posse, no dia 9, e só terminaram no último domingo, 15, quando ele anunciou sua renúncia em meio à crise. Além de ter deixado cerca de 100 feridos e causado o desaparecimento de dezenas de pessoas, a violência policial durante os protestos levou dois estudantes universitários à morte. A procuradoria afirmou que será aberto um inquérito “contra os responsáveis por homicídio intencional”, garantindo que essas mortes “não ficarão impunes”. Os “culpados dos crimes de desaparecimento forçado” também serão investigados. Os dias seguidos de protestos no Peru também foram marcados pelo ataque a jornalistas e abusos contra mulheres que participavam das manifestações.

*Com informações da EFE

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