Estudo: combinação com hidroxicloroquina triplica riscos para pacientes com câncer

  • Por Jovem Pan
  • 29/05/2020 10h17 - Atualizado em 29/05/2020 10h25
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Cadu Rolim/Estadão Conteúdo Na pesquisa, 180 pacientes tomaram hidroxicloroquina com azitromicina, e 90 tomaram apenas hidroxicloroquina

Pesquisadores norte-americanos afirmaram na quinta-feira (28) que pacientes com câncer infectados pela Covid-19 que receberam uma combinação de medicamentos promovida pelo presidente Donald Trump para combater a doença apresentaram três vezes mais riscos de morrer em 30 dias.

Resultados preliminares sugerem que médicos poderiam se abster de prescrever o medicamento. “O tratamento com a hidroxicloroquina e a azitromicina está fortemente associado com o risco elevado de morte”, afirmou o Dr. Howard Burris, presidente da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.

Inicialmente, acreditava-se que a combinação dos remédios seria benéfica, mas dados recentes colocaram o protocolo em dúvida. “Tomar a combinação garante um risco três vezes maior de morte em 30 dias e de qualquer causa”, disse o Dr. Jeremy Warner, do Sistema Médico da Universidade Vanderbilt.

Trump defende o uso da hidroxicloroquina e já chamou a combinação de potencialmente “um dos maiores divisores de águas na história da medicina”. A afirmação foi baseada em um estudo com menos de 40 pacientes do Jornal Internacional de Agentes Antimicrobianos.

O Dr. Jeremy Warner e seus colegas analisaram dados de 925 pacientes com câncer que se infectaram com o novo coronavírus entre março e abril e verificaram que 13% deles morreram nos 30 dias seguintes ao diagnóstico.

No estudo, 180 pacientes tomaram hidroxicloroquina em combinação com a azitromicina e 90 tomaram apenas a hidroxicloroquina.

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA permitiu que agentes de saúde prescrevessem os medicamentos para a Covid-19 com uma autorização de uso emergencial, mas não aprovou o tratamento.

Os governos da França, Itália e Bélgica suspenderam na quarta-feira (27) o uso da hidroxicloroquina para pacientes contaminados pelo coronavírus após uma decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de interromper o estudo do medicamento.

*Com informações da Agência Brasil

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