Começam consultas parlamentares para escolher novo presidente da Catalunha
O presidente do parlamento regional da Catalunha, Roger Torrent, iniciou nesta segunda-feira novos contatos com os diferentes partidos para propor o candidato à presidência do governo desta comunidade autônoma da Espanha, após não conseguir um acordo entre os partidos independentistas, que são majoritários na câmara regional.
Torrent propôs inicialmente Carles Puigdemont, ex-presidente do governo catalão, mas, devido à impossibilidade de ele ser eleito por estar foragido da Justiça espanhola na Bélgica, este renunciou à sua candidatura e propôs Jordi Sánchez, o segundo de sua lista eleitoral, a coligação Juntos pela Catalunha (JxCat).
Mas Sánchez tem também uma desvantagem, já que está em prisão provisória por seu envolvimento no processo independentista e necessitaria da permissão do Tribunal Supremo da Espanha para sair da prisão e poder comparecer ao plenário do parlamento no qual sua posse seria debatida.
O primeiro a ser recebido por Torrent foi o deputado da Candidatura de Unidade Popular (CUP, independentistas radicais), Carles Riera, que pediu uma “proposta radicalmente diferente” da dos outros independentistas, a coalizão JxCat e a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), e reiterou que, enquanto isto não acontece, seus quatro deputados se absterão na posse de qualquer candidato.
Com a abstenção da CUP, JxCat e ERC não teriam maioria suficiente no parlamento para eleger Sánchez.
Os dois somam 66 cadeiras das 135 da Câmara regional, mas contam com três deputados presos e dois foragidos na Bélgica entre as suas fileiras, por isso, mesmo que o Tribunal Supremo permitisse que os políticos presos comparecessem à votação, são necessárias as quatro cadeiras da CUP para conseguir a maioria.
Hoje, a porta-voz do grupo parlamentar do JxCat, Elsa Artadi, garantiu que ainda há “margem” para um acordo com a CUP que torne possível eleger Jordi Sánchez.
A Catalunha realizou eleições regionais em 21 de dezembro, depois que o governo espanhol destituiu o Executivo catalão após a declaração de independência de 27 de outubro, que foi considerada ilegal pela Justiça espanhola.
O Ciudadanos (liberais contrários à independência) ganhou as eleições, mas os grupos separatistas somados têm maioria na Câmara, com 70 cadeiras.
No entanto, esses grupos não conseguiram a eleição de um novo presidente catalão, por isso o governo regional ainda está sob controle do Executivo central em Madri.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.