Comitê eleitoral da Rússia impede líder da oposição de concorrer à presidência
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O Comitê Eleitoral da Rússia proibiu formalmente nesta segunda-feira o líder opositor Alexei Navalny de concorrer à presidência, levando-o a pedir que a votação do próximo ano seja boicotada.
Navalny, que é conhecido por pregar contra a corrupção, foi considerado inepto para participar da eleição por ter sido condenado em um caso de fraude.
O atual presidente russo, Vladimir Putin, irá concorrer a um quarto mandato e a expectativa é que vença a eleição, marcada para 18 de março.
Navalny é o adversário mais forte que Putin já enfrentou desde que assumiu o poder, e os casos judiciais que surgiram contra ele são vistos como uma ferramenta para impedi-lo de participar da eleição.
As autoridades eleitorais russas explicaram que a candidatura de Navalny não é válida porque o político não tem “direito ao sufrágio passivo” (ser eleito) por falta um atestado de antecedentes criminais. A decisão foi apoiada por 12 membros do CEC, de acordo com a imprensa locais.
Em mensagem pré-gravada divulgada minutos após a decisão do comitê, Navalny pediu a seus seguidores que boicotem a votação.
“O procedimento para o qual somos convidados não é uma eleição”, disse Navalny. “Somente Putin e candidatos escolhidos a dedo por ele podem participar.”
Navalny também prometeu recorrer da decisão no Tribunal Constitucional, “apesar de estar consciente de que faz parte de um mesmo sistema”.
Ontem, o líder opositor mobilizou milhares de seguidores em 20 cidades do país para ser nomeado ao pleito de março como candidato independente. Para atingir a nomeação, conforme a lei eleitoral da Rússia, os aspirantes precisam reunir pelo menos 500 eleitores que manifestem apoio à sua candidatura.
Anteriormente, o político explicou a decisão de organizar 20 atos em vez de um por conta do receio de que as autoridades impedissem a realização do evento em algumas cidades.
Em Moscou, a nomeação do opositor foi apoiada por 742 eleitores. Além disso, foram realizados atos em São Petersburgo, Ecaterimburgo, Omsk, Samara e Perm, entre outras.
Fontes: Associated Press, via Estadão Conteúdo, e EFE
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