Congressistas dos EUA apoiam estudantes para pedir mais controle sobre armas

  • Por Agência EFE
  • 15/03/2018 07h21
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EFE Alunos dos EUA deixaram suas classes para protestar em prol de um maior controle de armas no país

Vários legisladores, incluindo os líderes democratas no Congresso, se solidarizaram nesta quarta-feira com centenas de estudantes que saíram às ruas de Washington para pedir um maior controle ao acesso de armas nos Estados Unidos, quando se completa um mês do massacre em uma escola da Flórida.

“Há um mês, 17 americanos, 14 deles crianças, foram assassinados em Parkland (Flórida) (…) Já basta!”, exclamou o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, diante de centenas de estudantes reunidos na frente do Capitólio nacional.

O tiroteio na escola de ensino médio Stoneman Douglas de Parkland, ocorrido em 14 de fevereiro, reabriu o debate nacional sobre o acesso às armas e resultou em um movimento estudantil que está lutando para proibir certos tipos de armas e fortalecer o sistema de verificação de antecedentes.

“Nós estamos lutando nesta questão durante os últimos dez anos. A grande diferença é que agora temos vocês, os estudantes”, acrescentou Schumer, que também criticou a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês) durante seu discurso.

Tanto ele como Nancy Pelosi, líder da minoria democrata da Câmera de Representantes, e outros senadores, como Bernie Sanders e Bill Nelson, aproveitaram a manifestação dos alunos para expressar sua rejeição à violência das armas de fogo.

Neste sentido, Pelosi assegurou que 97% dos americanos está de acordo em fortalecer o sistema nacional de verificação de antecedentes usado como requisito para a compra de armas nos EUA.

“Precisamos aprovar uma lei bipartidária que solucione este grande problema o mais rápido possível”, afirmou Pelosi em relação a um projeto de lei que pretende reforçar as leis existentes para garantir que as autoridades transmitam os antecedentes penais à base de dados do Sistema Nacional Instantâneo de Verificação de Antecedentes Criminais (NICS, em inglês).

Um dos manifestantes, Edwin Lemus, de 17 anos, pediu ao Congresso e ao presidente Donald Trump que “ponham fim” aos massacres “sem sentido” que estão ocorrendo nos centros educativos do país.

Entre outras ideias, Trump chegou a propor que os professores recebam cursos para saber manejar armas e que deem aula armados.

“Acredito que é uma má ideia porque ir à escola nos daria ainda mais medo que agora… Não precisamos que os professores levem armas para a sala”, disse à Efe Lemus, que foi à manifestação com companheiros e professores da sua escola de Maryland.

Com este jovem concordou Michael Kanti, um estudante de 17 anos de Washington que também considerou que esta medida não solucionaria o problema dos tiroteios nas escolas.

“Os professores são seres humanos e sua cabeça pode ficar louca de repente também, poderia haver inclusive mais (tiroteios)”, declarou à Efe Kanti, que reconheceu que é triste que algum dia sua mãe “possa receber uma ligação dizendo que seu filho foi assassinado na escola”.

Os 500 estudantes que marcharam hoje na capital se somaram a alunos de mais de 3.000 centros educativos de todo o país que fizeram o mesmo em suas cidades em sinal de luto pelo massacre ocorrido na Flórida e para reivindicar um maior controle sobre a venda de armas.

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