Congresso do Peru abre processo de impeachment do presidente Pedro Castillo

Mandatário pode ser o terceiro a ser destituído no país em quatro anos

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2022 15h59
LUIS ROBAYO / AFP Pedro Castillo, com seu chapelão característico, fala em microfone Pedro Castillo foi eleito para ser presidente do Peru em 2021, derrotando Keiko Fujimori no segundo turno

O Congresso do Peru, dominado pela oposição de direita, aceitou nesta segunda, 14, debater uma moção de impeachment contra o presidente de esquerda Pedro Castillo, semelhante às que levaram à queda dos ex-presidentes Pedro Pablo Kuczynski, em 2018, e Martín Vizcarra, em 2020. “A moção foi admitida [para debate]”, anunciou a chefe do Congresso, María del Carmen Alva, depois que a iniciativa foi aprovada com o placar de 76 votos a favor, 41 contra e uma abstenção.

Alva propôs que o plenário decida o destino do presidente na segunda-feira, 28 de março, mas outro parlamentar da oposição sugeriu antecipar para sexta-feira, 18. A decisão será tomada nesta segunda-feira, após reunião dos chefes das bancadas. A “moção de vacância” é a segunda contra Castillo nos sete meses e meio que ele está no poder. Em dezembro, o Congresso rejeitou a primeira. Para que Castillo perca o cargo, serão necessários 87 votos.

No pedido, os parlamentares alegam que Castillo não tem “capacidade moral” para comandar o país, devido à suposta corrupção em seu entorno e, que teria cometido “traição à pátria” por ter afirmado durante uma entrevista a um canal de TV em janeiro que pretendia discutir uma maneira de conceder uma saída ao mar à vizinha Bolívia, um país sem costa, desde que o povo peruano concordasse através de um referendo. Castillo assumiu a presidência do Peru em 28 de julho de 2021, após derrotar Keiko Fujimori, filha do ex-ditador Alberto Fujimori, por uma pequena margem de votos. Eleito para governar por cinco anos, o mandato de Castillo tem sido marcado por uma grande instabilidade política – ele teve que trocar o gabinete de ministros quatro vezes.

*Com informações da AFP

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