Congresso espanhol rejeita orçamento e abre as portas para novas eleições

  • Por Jovem Pan
  • 13/02/2019 12h40
Agência EFE O premiê espanhol. Pedro Sánchez, em sessão no Parlamento da Espanha nesta quarta-feira (13) O premiê espanhol. Pedro Sánchez, em sessão no Parlamento da Espanha nesta quarta-feira (13)

O Parlamento da Espanha rejeitou nesta quarta-feira (13) o Orçamento deste ano proposto pelo governo do premiê socialista Pedro Sánchez. A derrota abre a possibilidade para que as eleições gerais sejam antecipadas.

Sánchez convocou uma reunião de ministros para a próxima sexta-feira (15) e depois fará um pronunciamento, segundo um funcionário do gabinete, que não especificou se será sobre a antecipação da eleição.

Do total de 350 deputados, 191 votaram a favor da proposta orçamentária e 158 contra. Houve também uma abstenção.

Votaram contra, por diferentes motivos, os conservadores do Partido Popular; os liberais dos Ciudadanos; e os partidos independentistas catalães ERC e PDeCAT. Por outro lado, socialistas, Unidos Podemos (esquerda) e os nacionalistas bascos apoiaram o projeto orçamentário.

Longe de se concentrar apenas em questões econômicas, o debate orçamentário girou em torno de assuntos políticos, fundamentalmente a situação da região autônoma da Catalunha, governada pelos independentistas, que exigem o reconhecimento do “direito de autodeterminação”.

O ERC e o PDeCAT argumentaram que o governo não avança com mesas de diálogo que resolvam o que denominam de “conflito” político na Catalunha e pediram mais investimentos estatais nessa comunidade autônoma em função de sua importância no Produto Interno Bruto (PIB) espanhol.

Conservadores e liberais, que exigem eleições antecipadas, rejeitaram as contas porque acreditam que estão pactadas com os independentistas catalães, aumentam o gasto público sem propor ingressos críveis e levarão a economia espanhola a um maior endividamento.

Apesar da insistência dos jornalistas, Sánchez deixou o Congresso sem dar declarações sobre uma eventual antecipação eleitoral.

Pedro Sánchez chegou ao poder em junho de 2018 com a promessa de aliviar as tensões entre o governo de Madri e os líderes catalães. Recentemente, a vice-presidente, Carmen Calvo, reconheceu que o mandato, que deveria terminar em junho de 2020, poderia ser encurtado se o Orçamento não fosse aprovado no Parlamento, como de fato ocorreu.

Na semana passada, milhares de pessoas foram às ruas de Madri, acusando Saáchez de ceder às exigências do independentistas catalães e pedindo eleições antecipadas.

*Com informações da Agência EFE

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