Conselho de Segurança da ONU rejeita resolução da Rússia sobre guerra em Gaza
Para a embaixadora dos Estados Unidos, proposta ‘protege o Hamas que brutaliza civis inocentes’; foram cinco votos a favor e quatro contra o projeto apresentado por Moscou
Em reunião convocada pelo Brasil, atual presidente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), para tratar sobre a guerra no Oriente Médio, que chegou ao seu décimo dia nesta segunda-feira, 16, os países rejeitaram a resolução da Rússia sobre o conflito na Faixa de Gaza. Foram cinco votos a favor, quatro contra e seis abstenções. Dois projetos foram apresentados: o da Rússia, que pede um “cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e plenamente respeitado” e um acesso humanitário “sem obstáculos” à sitiada Faixa de Gaza, segundo fontes diplomáticas, e o do Brasil, que condenou os ataques terroristas do Hamas. O documento sugerido por Moscou também condena “veementemente toda violência e hostilidades contra os civis e todos os atos de terrorismo”, além de pedir a libertação de “todos os reféns” sob custódia do grupo islamita palestino Hamas. Entretanto, o nome ‘Hamas’ não é mencionado no texto. Os Estados Unidos insistem que o Conselho de Segurança condene explicitamente os “atos terroristas odiosos” do movimento palestino, que lançou uma ofensiva inédita sobre Israel em 7 de outubro. Para ser adotada, uma resolução necessita do voto de pelo menos 9 dos 15 membros do Conselho, desde que não haja veto de nenhum dos cinco membros permanentes. Segundo a representante dos EUA, Linda Thomas, a proposta favorece o grupo palestino. “Dá proteção ao grupo terrorista que brutaliza civis inocentes ao não condenar o Hamas no texto da resolução”, disse. A proposta brasileira não deve ser votada nesta segunda-feira. O embaixador russo, Vassily Nebenzia, considerou o veto dos EUA como “geopolítica egoísta”. “Esse é um texto humanitário, e nós não entenderemos se nenhum dos membros rejeitarem apenas por motivos políticos”, disse. A China, que apoiou a resolução apresentada pela Rússia, pediu mais agilidade. “Questões humanitárias não podem ser politizadas e o conflito está se espalhando”, alertou.
A proposta precisaria de nove votos para ser aprovada. Na sexta-feira, 13, os 15 países que fazem parte do Conselho de Segurança – sendo cinco deles permanentes – China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos – e o restante por Estados com mandatos de 2 anos – tinham se reunido, mas, na ocasião, a reunião acabou sem acordo sobre a situação na Faixa de Gaza e o conflito que acontece desde o dia 7 de outubro e já deixou mais de 4.200 mortos e mais de um milhão de refugiados internos, além dos 199 civis feitos de reféns pelo grupo Hamas. Diferente da reunião anterior, a reunião desta segunda foi aberta e teve transmissão ao vivo. Após a reunião da sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu em declaração aos jornalista a criação de corredores humanitários. “O objetivo imediato é claro e urgente, prevenir mais derramamento de sangue e garantir acesso humanitário urgente para as áreas mais atingidas. Questões humanitárias são urgentes, assim como criação de corredor para retirada de civis”, disse, reforçando que o Brasil é a favor da criação de dois Estados: Israel e Palestina.
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