Conselho de Segurança da ONU rejeita resolução da Rússia sobre guerra em Gaza

Para a embaixadora dos Estados Unidos, proposta ‘protege o Hamas que brutaliza civis inocentes’; foram cinco votos a favor e quatro contra o projeto apresentado por Moscou

  • Por Jovem Pan
  • 16/10/2023 21h11 - Atualizado em 16/10/2023 21h40
EFE/ANDREW GOMBERT EFE/ANDREW GOMBERT Conselho de Segurança da ONU se reúne em Nova York para discutir situação no Oriente Médio

Em reunião convocada pelo Brasil, atual presidente do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), para tratar sobre a guerra no Oriente Médio, que chegou ao seu décimo dia nesta segunda-feira, 16, os países rejeitaram a resolução da Rússia sobre o conflito na Faixa de Gaza. Foram cinco votos a favor, quatro contra e seis abstenções. Dois projetos foram apresentados: o da Rússia, que pede um “cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e plenamente respeitado” e um acesso humanitário “sem obstáculos” à sitiada Faixa de Gaza, segundo fontes diplomáticas, e o do Brasil, que condenou os ataques terroristas do Hamas. O documento sugerido por Moscou também condena “veementemente toda violência e hostilidades contra os civis e todos os atos de terrorismo”, além de pedir a libertação de “todos os reféns” sob custódia do grupo islamita palestino Hamas. Entretanto, o nome ‘Hamas’ não é mencionado no texto. Os Estados Unidos insistem que o Conselho de Segurança condene explicitamente os “atos terroristas odiosos” do movimento palestino, que lançou uma ofensiva inédita sobre Israel em 7 de outubro. Para ser adotada, uma resolução necessita do voto de pelo menos 9 dos 15 membros do Conselho, desde que não haja veto de nenhum dos cinco membros permanentes. Segundo a representante dos EUA, Linda Thomas, a proposta favorece o grupo palestino. “Dá proteção ao grupo terrorista que brutaliza civis inocentes ao não condenar o Hamas no texto da resolução”, disse. A proposta brasileira não deve ser votada nesta segunda-feira. O embaixador russo, Vassily Nebenzia, considerou o veto dos EUA como “geopolítica egoísta”. “Esse é um texto humanitário, e nós não entenderemos se nenhum dos membros rejeitarem apenas por motivos políticos”, disse. A China, que apoiou a resolução apresentada pela Rússia, pediu mais agilidade. “Questões humanitárias não podem ser politizadas e o conflito está se espalhando”, alertou.

A proposta precisaria de nove votos para ser aprovada. Na sexta-feira, 13, os 15 países que fazem parte do Conselho de Segurança – sendo cinco deles permanentes – China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos – e o restante por Estados com mandatos de 2 anos – tinham se reunido, mas, na ocasião, a reunião acabou sem acordo sobre a situação na Faixa de Gaza e o conflito que acontece desde o dia 7 de outubro e já deixou mais de 4.200 mortos e mais de um milhão de refugiados internos, além dos 199 civis feitos de reféns pelo grupo Hamas. Diferente da reunião anterior, a reunião desta segunda foi aberta e teve transmissão ao vivo. Após a reunião da sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu em declaração aos jornalista a criação de corredores humanitários. “O objetivo imediato é claro e urgente, prevenir mais derramamento de sangue e garantir acesso humanitário urgente para as áreas mais atingidas. Questões humanitárias são urgentes, assim como criação de corredor para retirada de civis”, disse, reforçando que o Brasil é a favor da criação de dois Estados: Israel e Palestina.

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