Convenção Democrata que oficializará Kamala Harris começa nesta segunda com protestos que dividem esquerda dos EUA

Cidade é reduto do partido e berço de uma das maiores comunidades palestinas dos EUA, que criticam apoio a Israel; Israeli American Council pretende chamar atenção para os reféns mantidos pelo Hamas

  • Por Jovem Pan
  • 19/08/2024 17h38
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EFE/EPA/SHAWN THEW kamala harris Vice-presidente dos EUA e presumível candidata democrata à presidência, Kamala Harris

A vice-presidente dos Estados Unidos se encaminha para oficializa sua candidatura à Casa Branca nesta segunda-feira (19) na Convenção Nacional do Partido Democrata, em Chicago. A candidata, que substitui o presidente Joe Biden na corrida eleitoral, avança sobre Donald Trump nas pesquisas. A cidade é berço de uma das maiores comunidades palestinas dos Estados Unidos e os manifestantes devem ter como foco o apoio do governo Joe Biden-Kamala Harris a Israel, em guerra com o Hamas há 10 meses. Esperam-se protestos do lado de fora reúnam milhares de pessoas, expondo divisões na esquerda americana. Além de se opor ao que veem como cumplicidade dos Estados Unidos com o massacre em Gaza, os manifestantes ainda devem mirar em outros focos da agenda progressista, como o acesso ao aborto, os direitos da população LGBT+ e a crise climática num campo emblemático para os democratas.

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Apesar do apoio de Kamala Harris e deve estar batendo de frente com o republicado Donald Trump nas pesquisas, para muitos ativistas, a ascensão dela não foi suficiente para conter a indignação com a guerra em Gaza. Do outro lado, o Israeli American Council pretende chamar atenção para os reféns mantidos pelo Hamas. Tanto o grupo pró-Israel quanto integrantes da coalizão de esquerda expressaram frustração com o processo de autorização para os protestos em Chicago. Como alternativa, o Israeli American Council garantiu um terreno privado para a manifestação da terça-feira (20), que contará com a exposição de artistas israelenses, disse o executivo do grupo, Elan Carr. Em meio às divergências sobre a logística dos protestos, a cidade anunciou que vai disponibilizar espaço em um pequeno parque próximo ao United Center para manifestações.

Terceira maior cidade do país, Chicago tem sido um reduto do partido democrata há décadas. Por isso, os seus problemas com a criminalidade e a corrupção são frequentemente apontados pelos republicanos como exemplo, às vezes quase distópico, de governos democratas. Além disso, o Estado de Illinois faz parte da “muralha azul”, crucial para a vitória da chapa Biden-Kamala na última eleição. Devido aos anúncios de manifestações, algumas empresas fecharam suas janelas por precaução e os tribunais do condado disseram que estão preparados para processar prisões em massa, se necessário.

Embora os ativistas falem em atos pacíficos, os protestos evocam as memórias dos confrontos sangrentos entre ativistas contra a Guerra do Vietnã e a polícia de Chicago na Convenção Democrata de 1968, quando os policiais avançaram sobre os manifestantes, que atiravam pedras e garrafas. Houve prisões em massa e centenas de pessoas ficaram feridas. Agora, o prefeito Brandon Johnson, um ex-ativista, promete que Chicago está preparada para os protestos. O primeiro protesto na noite de domingo, 18, reuniu centenas de pessoas que pediam garantias adicionais aos direitos da população LGBT+ e acesso ao aborto, assim como o fim da guerra em Gaza. A marcha que seguiu cercada pela polícia terminou sem grandes conflitos. A polícia de Chicago disse que duas pessoas foram presas sob a acusação de resistência à polícia e danos à propriedade.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Américo

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