Corbyn acusa Boris Johnson de comportamento ‘vergonhoso’

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2019 11h49 - Atualizado em 26/09/2019 11h51
EFE boris johnson brexit Corbyn condenou a linguagem abusiva "censurável" usada na quarta-feira (25) à noite pelo líder conservador na Câmara dos Comuns

O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, pediu nesta quinta-feira (26) ao primeiro-ministro, Boris Johnson, que se desculpe pelo seu comportamento “vergonhoso” e o acusou de alimentar as “divisões” como uma tática política.

Corbyn condenou a linguagem abusiva “censurável” usada na quarta-feira (25) à noite pelo líder conservador na Câmara dos Comuns, especialmente contra deputadas trabalhistas que lhe pediram para não usar palavras como “rendição” e “traição” para qualificar atos parlamentares, pois incitam extremistas a atacar os deputados.

O social-democrata, que pediu moderação aos seus próprios parlamentares, lamentou que Johnson não comparecesse hoje para responder a uma pergunta sobre os eventos de ontem apresentados na Câmara por sua colega Jess Phillips.

Em seu discurso, Phillips solicitou ao chefe de Governo que peça perdão, além de afirmar que Johnson busca causar divisões como “tática política” diante de possíveis eleições antecipadas, nas quais ele quer se apresentar como representante do povo diante do poder estabelecido dos juízes e do Parlamento.

Na quarta à noite, Johnson acirrou os ânimos da Câmara ao manifestar que a Suprema Corte “se equivocou” ao considerar ilegal sua suspensão do Parlamento e que “a melhor maneira” de homenagear a memória de uma deputada trabalhista assassinada antes do referendo do Brexit, em 2016, estava cumprindo com a saída da União Europeia.

Sem uma maioria parlamentar que lhe permita executar seus planos de deixar a UE com ou sem pacto em 31 de outubro, o primeiro-ministro deseja, antes de tudo, convocar uma eleição geral, pois lidera as pesquisas de intenções de voto.

Ainda na quarta, ele novamente acusou a oposição de “covardia”, que se recusa a aprovar essas eleições ou instigar uma moção de censura (que poderia ter o mesmo resultado) até que não tenha ficado descartado de fato um Brexit sem acordo.

No início do debate parlamentar de hoje, o presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, pediu um consenso sobre o ambiente “tóxico” que prevaleceu após a intervenção combativa do primeiro-ministro.

Johnson se reuniu nesta quinta com seu grupo parlamentar, reconhecendo que na quarta à noite “não usou a melhor linguagem”, mas se mostrou “decidido” e foi recebido por seus colegas, segundo declarou à “BBC”, o deputado conservador Tim Loughton.

*Com informações da EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.