Coreia do Norte lança míssil intercontinental e se prepara para teste nuclear de alta escala

Imagens de satélite mostram que Pyongyang retomou a construção de um reator; EUA e a Coreia do Sul reagiram e dispararam mísseis terra-terra

  • Por Jovem Pan
  • 25/05/2022 12h19 - Atualizado em 25/05/2022 12h22
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KCNA via REUTERS míssil da Coria do norte Míssil balístico disparado pela Coreia do Norte durante teste, em imagem divulgada pela agência oficial norte-coreana KCNA

O exército da Coreia do Sul informou que três mísseis da Coreia do Norte foram disparados nesta quarta-feira, 25, incluindo um que se acredita ser seu maior míssil balístico intercontinental, o Hwasong-17. De acordo com o vice-conselheiro de segurança nacional da Coreia do Sul, Kim Tae-hyo, a Coreia do Norte também parece ter realizado vários experimentos com um dispositivo de detonação em preparação para seu sétimo teste nuclear, mas que é improvável que a próxima testagem ocorra nos próximos dias – há semanas as autoridades americanas e sul-coreanas tem alertado para essa possibilidade. “A chance de um teste nuclear iminente, em um ou dois dias, é baixa, mas depois disso certamente há uma chance”, declarou Kim.

O lançamento, o mais recente de uma série de testes com armamentos realizados por Pyongyang este ano, ocorre em um momento em que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conclui uma viagem à Coreia do Sul e ao Japão. O vice-conselheiro de segurança nacional da Coreia do Sul também informou que os testes em questão estão sendo conduzidos longe do principal local de testes nucleares da Coreia do Norte, que é vigiado com atenção por Seul. “As autoridades norte-coreanas estão perto da fase final de preparação de um teste nuclear com a escala e a qualidade que desejam”, informou a autoridade sul-coreana a repórteres.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul reagiram à provocação e dispararam mísseis terra-terra em resposta ao suposto ICBM (míssil balístico intercontinental), informou o exército de Seul, acrescentando que também foram realizados exercícios de disparo real, incluindo testes de mísseis superfície-superfície envolvendo o Sistema de Mísseis Táticos do Exército dos EUA (ATACMS) e o Hyunmoo-2 SRBM sul-coreano, disseram militares dos dois países. Eles também fizeram outras demonstrações militares de força, como dezenas de caças em uma formação “Elephant Walk”, destacando a política mais dura do novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, sobre os testes de armas acelerados da Coreia do Norte.

joe biden e Yoon Suk-yeol

O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol (centro L) e o presidente dos EUA Joe Biden chegam para um jantar de estado no Museu Nacional da Coreia em Seul em 21 de maio de 2022

Durante um encontro com o presidente Joe Biden, o novo presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, prometeu em uma cúpula no fim de semana de que os EUA aumentariam os exercícios militares conjuntos e implantariam mais “ativos estratégicos” – normalmente bombardeiros, submarinos ou porta-aviões com capacidade nuclear – para a região se necessário para deter a Coreia do Norte. “A demonstração de força de nossos militares foi destinada a destacar nossa determinação de responder firmemente a quaisquer provocações norte-coreanas, incluindo um lançamento de ICBM, e nossa capacidade e prontidão esmagadoras para realizar um ataque cirúrgico na origem da provocação”, disse o chefe do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em um comunicado.

Apesar de enfrentar um recente surto de Covid-19, Pyongyang retomou a construção de um reator nuclear que estava paralisada, de acordo com novas imagens de satélite. O escritório ligado à presidência sul-coreana não forneceu mais detalhes sobre o dispositivo de detonação nuclear que teria sido testado. Dos três disparos realizados nesta quarta-feira, Kim Tae-hyo apontou que “o primeiro lançamento foi determinado como sendo do novo ICBM, o Hwasong-17”, que o Norte já havia tentado testar no passado. O líder norte-coreano, Kim Jong Un, insistiu recentemente em defender seu programa de modernização militar depois de realizar quase 20 testes de armas este ano. Analistas alertaram que o chefe de Estado norte-coreano pode acelerar seus planos de testes nucleares para distrair a população de seu país do atual surto de coronavírus.

*Com informações da AFP e EFE

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