OMS admite que coronavírus possa ter circulado na França no ano passado

  • Por Jovem Pan
  • 06/05/2020 21h58 - Atualizado em 06/05/2020 22h00
EFE/EPA/MOHAMMED BADRA coronavirus-frança Organização ressaltou que é preciso continuar analisando casos mais antigos para chegar a conclusões precisas

Especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) constataram nesta quarta-feira (6) que é possível que o coronavírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, tenha circulado pela França em dezembro do ano passado, conforme apontou um estudo nesta semana. No entanto, a OMS ressaltou que é preciso continuar analisando casos mais antigos para chegar a conclusões precisas.

“Necessitaremos mais informação e teremos que ver qual é o histórico clínico, mas pode ter havido algum caso na França nessa época”, admitiu em entrevista coletiva a chefe do Departamento de Doenças Emergenciais da OMS, Maria Van Kerkhove.

As dúvidas sobre o verdadeiro progresso da doença aumentaram nos últimos dias, quando foi divulgado que um paciente, que teve teve amostras coletadas em 27 de dezembro no hospital Jean Verdier, nos arredores de Paris, registrou um possível resultado positivo para a Covid-19. A China informou oficialmente a OMS sobre a existência do novo coronavírus no dia 31 daquele mês.

Outros estudos realizados nos Estados Unidos apontam também para doentes possivelmente infectados com a doença no final do ano passado. No entanto, o primeiro caso fora da China até agora foi confirmado em 13 de janeiro, na Tailândia.

Van Kerkhove declarou que é melhor não especular muito por enquanto, mas enfatizou que “acredita-se que o primeiro caso em Wuhan possa ter sido em 1º de dezembro, por isso é possível que alguém de lá tenha viajado para outro lugar” e transmitido o coronavírus.

Amostras antigas

A epidemiologista americana explicou que alguns países mantêm amostras coletadas durante a temporada de gripe que agora estão sendo analisadas, em busca de casos antigos de Covid-19, para descobrir os primeiros rastros da doença.

O diretor da OMS para Emergências Sanitárias, Mike Ryan, frisou que casos isolados como o da França podem não ter desencadeado o alarme, ao contrário dos da cidade de Wuhan, onde foram detectados vários ao mesmo tempo.

“Os de Wuhan eram casos de pneumonia atípica, os testes foram negativos para agentes patogênicos normais, e ficou claro que era algo novo e prejudicial”, comentou.

Caso da França

O homem de Paris, que posteriormente foi diagnosticado com o coronavírus, ainda não tinha viajado naquela época, ficou doente durante 15 dias e possivelmente infectou os dois filhos, mas não a esposa.

Suspeita-se que a mulher foi contagiada e não manifestou sintomas, apesar de possivelmente ter sido a fonte de infecção na família. Isso porque pode ter contraído o vírus no setor de peixes do supermercado no qual trabalha, onde parte dos clientes têm origem chinesa.

* Com EFE

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