Coronel manifesta apoio a Guaidó: ‘Estamos sendo usados’ por Maduro

  • Por Jovem Pan
  • 11/02/2019 11h02
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Reprodução/Twitter Em um vídeo, o coronel Rubén Alberto Paz Jiménez afirmou 'desconhecer Maduro como presidente e reconhecer' Guaidó 'como presidente interino e comandante-chefe das Forças Armadas'

O coronel Rubén Alberto Paz Jiménez manifestou neste domingo (10) seu apoio a Juan Guaidó, que se autointitulou presidente interino da Venezuela. Em um vídeo, ele afirma “desconhecer [Nicolás] Maduro como presidente e reconhecer” Guaidó “como presidente interino e comandante-chefe das Forças Armadas”.

Segundo Paz Jiménez, referindo-se a Maduro e à cúpula do governo, “90% das Forças Armadas estão insatisfeitas. “Estamos sendo usados para mantê-los no poder”, disse num episódio que evidencia a divisão no apoio a Maduro, apesar de a cúpula das Forças Armadas ter declarado lealdade ao presidente socialista.

O coronel também pediu a seus pares que permitam a entrada da ajuda humanitária que começou a chegar à cidade fronteiriça de Cúcuta, na Colômbia, e que Nicolás Maduro está bloqueando. Desde a semana passada militares venezuelanos bloquearam o acesso à ponte internacional Las Tienditas, perto do centro de coleta da ajuda internacional, em Cúcuta.

“Como médico, reconheço a problemática sanitária que o país vive. Peço a todos os integrantes das Forças Armadas (que) permitam a entrada de ajuda humanitária”, insistiu. A ONG Controle Cidadão calcula que cerca de 180 militares foram detidos em 2018, acusados de conspirar, e pelo menos 10 mil membros das Forças Armadas pediram baixa desde 2015.

Neste domingo (10), Guaidó advertiu aos militares que o bloqueio de ajuda é considerado um “crime de lesa-humanidade” e que os responsáveis serão considerados “quase genocidas” por impedir a distribuição de comida e remédios. O líder opositor reiterou a convocação de uma ampla marcha para terça-feira (12), para exigir a entrada no país de ajuda humanitária.

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, argumenta que a ajuda está sendo usada pelos Estados Unidos como um pretexto para uma intervenção militar no país. As Forças Armadas iniciaram exercícios no domingo e Maduro advertiu contra ameaças à Venezuela.

Guaidó também anunciou que centenas de pessoas se apresentaram voluntariamente para ajudar na “distribuição de ajuda”, que deve começar “nos próximos dias” e logo “chegarão mais carregamentos de alimentos e remédios ao Brasil”, para cuja fronteira Maduro também enviou soldados. Guaidó ainda denunciou que a avó de sua mulher foi ameaçada pelos “coletivos”, grupos paramilitares chavistas.

Os Pemon, povo indígena que vive na fronteira com o Brasil, estão determinados a permitir a entrada de qualquer ajuda que chegue à Venezuela, mesmo que isso signifique bater de frente com as forças de segurança venezuelanas e o governo. Seis líderes da comunidade Pemon que vive no município de Grand Sabana, na fronteira com o Brasil, disseram que a população em necessidade deve ignorar qualquer politização da ajuda humanitária. “Estamos fisicamente preparados – sem armas – e dispostos a abrir a fronteira para receber a ajuda”, disse o prefeito de Gran Sabana, Emilio Gonzáles. As comunidades indígenas gozam de autonomia na Venezuela. “Não vamos permitir que alguns generais de fora decidam por nós”, disse Jorge Pérez, conselheiro regional para as comunidades indígenas. “Somos as autoridades legítimas.”

Um grupo de médicos venezuelanos cruzou neste domingo a fronteira com a Colômbia para protestar contra o bloqueio da ajuda e denunciar o péssimo sistema de saúde da Venezuela.

*Com informações da Agência Estado

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