‘Corredor vital’ funciona em Mariupol e civis são evacuados após dois meses de cerco à cidade

Evacuação começou a ser realizada no sábado e os refugiados estão sendo deslocados para Zaporizhzhia; tropas russas não cessaram os bombardeios

  • Por Jovem Pan
  • 02/05/2022 11h49 - Atualizado em 02/05/2022 12h06
REUTERS/Alexander Ermochenko Retirada de civid de Mariupol Civis que deixaram a região da usina siderúrgica de Azovstal, na cidade ucraniana de Mariupol, chegam a centro de acomodação em Bezimenne

As autoridades ucraniana pretendem continuar evacuando os civis de Mariupol ao longo do dia. No fim de semana, pouco mais de 100 pessoas deixaram a região da siderúrgica de Azovstal, o último reduto de resistência ucraniana nesta área da região do Donbass, que está praticamente sob controle total da Rússia. O porta-voz do governo municipal informou por meio do Telegram que os refugiados estão sendo enviados para Zaporizhzhia, e eles esperam que as tropas russas permitam que os evacuados façam a rota até o local – de lá é organizada ida posterior a outros pontos do país, em muitos casos. Essa é a primeira evacuação que acontece em dois meses após semanas de bloqueio sob intensos ataques da Rússia em um complexo siderúrgico do porto estratégico do sudeste da Ucrânia.

A operação de retirada foi mediada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Cruz Vermelha em coordenação entre Ucrânia e Rússia. Para que fosse possível realizar o procedimento, foram disponibilizados ônibus e os moradores também podem se juntar a um comboio de carros particulares que deixaria a cidade. “Pela primeira vez desde o início da guerra começou a funcionar este corredor humanitário vital (…) Foram dois dias de verdadeiro cessar-fogo no território do complexo siderúrgico”, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, declarou que “centenas de civis permanecem bloqueados” e que estão ficando sem água, comida e remédios. “A situação se tornou um sinal de uma verdadeira catástrofe humanitária”, afirmou Vereshchuk. A nova operação de retirada estava programada para a manhã de segunda-feira, 2,  mas até meio-dia os ônibus não haviam chegado ao ponto de encontro.

Desde o início da guerra, inciada em 24 de fevereiro, a ONU informou que há mais 5,5 milhões de refugiados, e mais de 7,7 milhões estão em deslocamento dentro do país, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM). A operação de evacuação acontece ao mesmo tempo em que a Rússia segue com ofensiva no sul da Ucrânia, com o objetivo de ocupar a totalidade da região de Kherson, onde há pressão para que residentes aceitem as tropas de ocupação como legítimas, segundo denúncia o governo da Ucrânia. No domingo, assim que os ônibus deixaram a siderúrgica de Azovstal, as forças russas voltaram a bombardear o local.

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