Crise na Venezuela ganhou ‘dimensão global’, diz alta comissária de Direitos Humanos da ONU
![Michele Bachelet](https://jpimg.com.br/uploads/2019/02/ONU-Jean-Marc-Ferre.jpg)
Para a ex-presidente do Chile e atual alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, a crise política e econômica venezuelana atingiu novos patamares. Ela demonstrou preocupação com o quadro de tensão que o país apresenta. “[A crise] ganhou dimensões regionais e até globais”, disse durante reunião na sede das Nações Unidas, em Genebra, nesta segunda-feira (4).
A chilena não entrou em detalhes ao comentar o imbróglio político entre o presidente autodeclarado Juan Guaidó e o presidente eleito, considerado ditador pela oposição, Nicolás Maduro.
Em se tratando de oposição, Maduro encontrou barreiras na comunidade internacional com o reconhecimento de Guaidó como presidente interino por países como Brasil e EUA, além de países da União Europeia como Espanha, França, Alemanha, Dinamarca, Áustria, Reino Unido, Suécia, Portugal e Países Baixos.
Fluxo de imigrantes ‘sem precedentes’
A alta comissária aproveitou a ocasião para pedir que os países da América do Sul mantivessem suas fronteiras abertas para receber imigrantes venezuelanos. Hoje, eles são mais 3,3 milhões que fogem da fome, violência e pobreza. Para Bachelet, este é um fluxo “sem precedentes” na história recente da América Latina.
Sobre a situação geral do país, Bachelet garantiu que no próximo dia 20 de março os enviados especiais da ONU à Venezuela apresentarão um relatório atualizado sobre o país.
Maduro se defende
Os representantes da Venezuela na reunião, alinhados com o governo de Maduro, defenderam o regime. Para eles, Maduro é líder de um governo “Humanista” que tem como princípio a “proteção dos Direitos Humanos”.
Para Caracas, há uma tentativa do “Império Americano” em se “apropriar de nossos recursos e da capacidade de darmos uma renda para a população”, denunciaram.
A delegação de Maduro convidou a alta comissária para visitar o país. Entretanto, nada foi combinado ou sequer confirmado quanto a uma eventual visita de Bachelet.
*com informações do Estadão Conteúdo
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