Crise no Sudão já deixa 101 mortos, informa associação
O Comitê Central de Médicos do Sudão, um sindicato vinculado à oposição, elevou nesta quarta (5) para 101 o número de mortos pela repressão violenta das manifestações que acontecem no país desde a última segunda.
A associação afirmou em comunicado que 40 corpos foram retirados ontem do rio Nilo por uma milícia leal ao governo militar. Os cadáveres se somam a outros 61 mortos contabilizados desde segunda (3).
“O número de mortos subiu para mais de 100 pessoas”, disse à Agência Efe um porta-voz do Comitê Central de Médicos, Mohammed Babakr.
Os médicos acusaram a milícia “yanyauid”, leal às autoridades de Cartum, capital do país, de ter retirado os corpos no rio e de levá-los a um lugar desconhecido.
O comunicado afirmou ainda que “as milícias do Conselho Transitório continuam matando e aterrorizando pessoas inocentes e indefesas nas ruas e dentro das suas casas em Cartum e em todo o país, o que aumenta o número de mortos e feridos nos hospitais”.
Os militares, que ostentam o poder desde a queda de Omar al Bashir no último dia 11 de abril, invadiram na manhã da segunda-feira o acampamento opositor do centro de Cartum, que era mantido havia dois meses e atraía milhares de pessoas todos os dias para protestar contra a junta militar.
O acampamento, epicentro da revolução que levou à queda de Al Bashir, foi destruído totalmente pelos militares, segundo denunciou a oposição. Depois do ataque, os militares cortaram tanto a internet como o sinal de todas as emissoras de rádio da capital.
Os manifestantes, por sua vez, colocaram barricadas nas principais avenidas de Cartum e as forças de segurança tentaram desmontá-las em alguns pontos da cidade.
Agência EFE
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