Cristã condenada à morte por blasfêmia em 2010 é absolvida pela corte no Paquistão
Asia Bibi, uma mulher cristã que vivia no Paquistão e havia sido condenada à morte em 2010 por blasfêmia foi absolvida pela corte e deve deixar o país sob fortes manifestações de islamitas conservadores. Bibi havia sido denunciada em 2008 por ter supostamente insultado o profeta Maomé depois de ter oferecido água para duas muçulmanas. As mulheres se negaram a beber no mesmo recipiente que cristãos e alguns dias mais tarde Bibi foi presa e condenada à morte. Maomé é uma figura importante para o Islã, segundo a crença, ele seria o profeta que revelou as palavras de Allah.
A prisão e condenação ganharam repercussão internacional, dificultando sua execução e levando a recursos diante da corte paquistanesa. Apenas um ano após a condenação, o então governador da província de Punjab, Salman Taseer, foi morto por um dos seus próprios seguranças após dizer que a lei da Blasfêmia era usada por conservadores para perseguir cristãos. O segurança que o matou, Mumtaz Qadri, foi condenado a morte e após a execução se tornou símbolo para os muçulmanos conservadores. Hoje há um santuário erguido em sua homenagem próximo a Islamabad.
Asia Bibi deixará o Paquistão
A cristã passou anos presa sob forte esquema de segurança para que não sofresse atentados antes da decisão final da corte. Agora que foi absolvida, Bibi deixará o Paquistão com a família. Entretanto, muçulmanos conservadores organizaram séries de protestos e fechamentos de vias demonstrando repúdio a decisão do presidente do tribunal, Mian Saqib Nisar.
Durante o encontro da corte que definiria o destino da mulher, um clérigo conservador convocou seguidores para irem às ruas protestar contra eventual absolvição e a segurança de uma série de igrejas precisou ser reforçada pelas autoridades paquistanesas.
Apesar das manifestações conservadoras, o marido de Bibi, Ashiq Masih, disse estar feliz e ansioso para ver a esposa livre. “Agradecemos a Deus Agradecemos aos juízes por nos conceder justiça. Sabíamos que ela era inocente. Minha mulher passou muitos anos na prisão e esperamos que logo possamos estar juntos em um lugar pacífico”, declarou.
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