Cristina Kirchner é processada por guardar documentos históricos em casa

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2019 16h40 - Atualizado em 11/03/2019 16h42
EFE EFE O juiz da ação afirma que documentos foram obtidos ilicitamente pela ex-presidente

A ex-presidente da Argentina e atual senadora Cristina Kirchner foi processada nesta segunda-feira, 11, por manter em casa documentos históricos, encontrados durante uma operação de busca e apreensão em um imóvel no sul do país. Ela é acusada de “esconder” esses documentos.

Os agentes da operação de busca encontraram na casa de Cristina um prontuário do ex-presidente Hipólito Yrigoyen (1916-1922 e 1928-1930) e uma carta que o libertador José de San Martín escreveu, na França, para o chileno Bernardo O’Higgins em 1835. Os documentos foram achados em agosto de 2018, mas o processo só foi aberto agora. A operação fazia parte de uma investigação por corrupção contra ela, na qual ela é acusada de comandar uma quadrilha que cobrava propina de empresários da construção civil em troca de benefícios em obras públicas

Cristina comentou as acusações em depoimento que prestou sobre outros processos no dia 25 de fevereiro, e disse ser vítima de uma perseguição.

“O fato do qual me acusam sequer constitui crime porque jamais tive dolosamente sob meu poder documentos alheios ou que devessem ser protegidos por alguma autoridade competente”, disse Cristina.

Para o juiz Claudio Bonadio, responsável pela ação, tanto o prontuário como a carta são “patrimônio nacional” e devem permanecer sob custódia de órgãos adequados. Ele ainda afirma que eles foram “ilicitamente obtidos” pela ex-presidente.

Segundo a investigação, o prontuário é um “dossiê de museu” que deveria ser conservado pela Polícia Federal da Argentina. Já a carta foi furtada em 1981, no Chile, de um lote completo de correspondências trocadas entre San Martín e O’Higgins.

“Acredita-se que a carta circulou no mercado negro até a atualidade. Sendo assim, não é factível conceber que Cristina Fernández de Kirchner, advogada, ex-deputada, senadora e ex-presidente por dois mandatos, desconhecesse que tinha nas suas mãos dois documentos de transcendental relevância histórica”, afirmou o juiz responsável pelo caso.

*Com EFE

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