Curdos se retiram de cidade síria na fronteira com a Turquia
As Forças Democráticas Sírias (FDS), a principal aliança de milícias lideradas por curdos, confirmaram neste domingo (20) que se retiraram totalmente da cidade de Ras al-Ayn, localizada no nordeste da Síria e na fronteira com a Turquia, como estipulava a trégua pactada com o governo turco.
“Como parte do cessar-fogo temporário das operações militares com a parte turca e por mediação americana, a cidade de Ras al-Ayn foi completamente evacuada pelos combatentes das Forças Democráticas Sírias. Não há mais nenhum combatente dentro da cidade”, afirmou pelo Twitter um porta-voz das milícias, Kino Gabriel.
Ras al-Ayn, um dos primeiros alvos da Turquia quando a ofensiva foi iniciada no último dia 9 e fica em uma das extremidades da chamada “zona de segurança” que o presidente Recep Tayyip Erdogan quer estabelecer na fronteira síria, desde esta cidade até Tell Abiad. A intenção de Erdogan é a reassentar no local dois milhões de refugiados sírios.
As FDS não divulgaram mais detalhes sobre o processo de retirada, mas o Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou que os combatentes partiram em dezenas de veículos militares acompanhados por um comboio médico que chegou na manhã a Ras al-Ayn para evacuar os feridos e transportar os corpos das mortos.
A cidade estava completamente assediada pelos rebeldes pró-turcos, que avançaram na região desde o início da trégua, estipulada na quinta-feira passada entre Turquia e Estados Unidos.
Além disso, desde o início da trégua os rebeldes sírios respaldados por Ancara não permitiram o acesso do comboio médico ao único hospital de Ras al-Ayn. O bloqueio foi suspenso ontem, e a maioria dos feridos puderam ser levados ao hospital de Tall Tamr.
Fahim Aissa, comandante da Divisão Sultan Murad, grupo que faz parte do opositor Exército Livre da Síria (ELS), garantiu pelo Twitter que a cidade de Ras al-Ayn foi “totalmente” libertada das milícias curdas.
Este domingo é o terceiro dia de um cessar-fogo de 120 horas entre a Turquia e as milícias curdo-sírias, que se comprometeram a sair das áreas incluídas na zona de segurança, segundo os EUA.
*Com informações da EFE
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