Documento revelado por engano mostra que a Justiça dos EUA indiciou Julian Assange ‘em segredo’

  • Por Jovem Pan
  • 16/11/2018 11h01 - Atualizado em 16/11/2018 11h13
EFE/Andy Rain EFE/Andy Rain O australiano vive atualmente recluso na embaixada do Equador em Londres

O jornal “The Washington Post” divulgou, nesta sexta-feira (16), que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, em um procedimento secreto que foi revelado por engano.

Em uma carta endereçada a um juiz que se tornou pública, o procurador Kellen S. Dwyer escreveu que “em razão da sofisticação do réu e da publicidade em torno do caso, é provável que nenhum outro procedimento mantenha confidencial o fato de que foi acusado”. Mais tarde, Dwyer completou que as acusações “precisariam ser mantidas sob sigilo até Assange ser preso”.

Os EUA já vinham estudando possibilidades para indiciar Assange por conspiração, roubo de propriedade governamental e violação da Lei de Espionagem pela divulgação de documentos secretos do Pentágono e do Departamento de Estado norte-americano em 2010 no WikiLeaks. Porém, neste caso, ainda não se sabe quais são exatamente as acusações que pesam sobre ele.

A medida marca uma escalada drástica na longa batalha do governo contra ele e seu grupo contrário ao sigilo e pode avançar as investigações sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.

Barry J. Pollack, advogado de Assange, disse ao Post que “a única coisa mais irresponsável que acusar alguém por publicar informação verídica seria pôr em um escrito público informação que claramente não estava destinada ao público sem avisar Assange”.

“Obviamente, não tenho nem ideia se realmente lhe acusaram ou de que, mas a ideia de que se pode ser acusado por crimes federais por publicar informação verídica é um precedente perigoso”, acrescentou.

Assange vive recluso, desde 2012, dentro da embaixada do Equador em Londres. Ele teme que sua saída provoque um pedido de extradição aos EUA e a imediata detenção.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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