Eleições na Venezuela: apuração está em andamento após votação tranquila

Nicolás Maduro enfrenta como principal adversário Edmundo González Urrutia, que representa a líder da oposição María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política

  • Por Jovem Pan
  • 28/07/2024 20h10 - Atualizado em 28/07/2024 22h15
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EFE/PRENSA MIRAFLORES nicolas maduro votando Há temores crescentes entre opositores e alguns observadores eleitorais de que a ditadura de Nicolás Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral

Venezuelanos foram às urnas neste domingo (28), em uma eleição presidencial tensa e crucial, que irá determinar o rompimento ou a continuidade do chavismo, no poder há 25 anos. O ditador Nicolás Maduro enfrenta como principal adversário Edmundo González Urrutia, que representa a popular líder da oposição María Corina Machado, impedida de concorrer devido a uma inabilitação política após vencer as primárias com mais de 90% dos no ano passado. A votação transcorreu em clima de calma e se encerrou às 19h, mas há temores crescentes entre opositores, especialistas e alguns observadores eleitorais de que a ditadura de Nicolás Maduro tente fraudar o resultado da eleitoral.

A apuração dos votos está em andamento. Como é habitual, o Centro Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela deverá emitir um primeiro boletim com resultados preliminares na noite deste domingo. Este primeiro anúncio poderá ocorrer a partir das 20h (21h, em Brasília). Os venezuelanos aguardavam ansiosamente o início da divulgação dos resultados parciais das eleições presidenciais. Segundo o governo de Nicolás Maduro, os resultados começarão a ser anunciados a partir das 22h (horário local), que corresponde às 23h de Brasília. Pela legislação do país, é proibida a publicação de pesquisas de boca de urna.

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Desde as primeiras horas da madrugada, venezuelanos fizeram filas para votar em diversos pontos do país. A oposição, no entanto, acusa o governo de dificultar o acesso dos eleitores em áreas onde o chavismo é impopular. Além disso, uma das chefes da campanha opositora, Delza Solorzano, também acusou o Conselho Nacional Eleitoral de vetar o acesso da Plataforma Unitária à sala de totalização dos votos.

Desde o fim de semana, Maduro tem impedido a entrada de observadores eleitorais convidados pela oposição para acompanhar a votação. Durante o domingo, o governo chavista divulgou pesquisas de boca de urna que dariam vantagem a Maduro sobre Gonzalez, mas a prática é vedada pela própria legislação eleitoral venezuelana. O Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo regime, ainda não forneceu estimativas de comparecimento.

Pesquisas de boca de urna ligadas à oposição indicam derrota de Maduro

Circula entre opositores e aliados de María Corina Machado e Edmundo González pesquisas de boca de urna que dão ao ex-diplomata 60% dos votos contra 30% de Maduro. A divulgação de pesquisas é proibida pela lei eleitoral venezuelana, mas, mais cedo, uma projeção do instituto Hinterlaces, ligado ao chavismo, dá a Maduro 55% dos votos.

Maduro nas redes sociais

Antes da votação se encerrar, Maduro se manifestou no X. “Estamos a apenas uma hora do 1x10x7 fazendo a finalização perfeita, vamos terminar esse maravilhoso dia #eleitoral em paz. Saia e vote para que neste #28dejulho você coroe a #Paz”, escreveu. Seja Maduro o escolhido ou seu principal oponente, Edmundo González Urrutia, o resultado da eleição na Venezuela terá efeito cascata em todas as Américas. Opositores e apoiadores do governo sinalizaram interesse em se juntar ao êxodo de 7,7 milhões de venezuelanos que já deixaram suas casas em busca de oportunidades no exterior.

Se vencer, Maduro entrará em seu terceiro mandato seguido, levando a Venezuela a estender por mais seis anos políticas que levaram o país a um dos piores colapsos econômicos do mundo. Por outro lado, se perder a disputa neste domingo, o chavismo pode sofrer uma derrota após 25 anos no poder. Os resultados preliminares até podem ser anunciados ainda neste domingo, 28, mas os oficiais podem levar mais tempo para serem confirmados, diante do tenso cenário eleitoral e das ameaças de Maduro na última semana, caso perdesse o páreo.

(em atualização)

Publicado por Carolina Ferreira
*Com informações do Estadão Conteúdo

 

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