Em audiência, Ghosn nega ter cometido irregularidades
O executivo Carlos Ghosn, ex-presidente da Nissan Motors, negou nesta terça-feira (8), no Tribunal do Distrito de Tóquio, irregularidades durante sua gestão no comando da empresa. Segundo ele, não cometeu desvio algum e não há motivo para continuar detido.
Foi sua primeira aparição pública desde sua prisão. Ele prestou esclarecimentos diante do juiz a pedido da defesa. No Japão, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, são divulgados apenas desenhos e não fotografias de depoimentos e julgamentos.
Ex-presidente do conselho da Nissan e da Mitsubishi, mas ainda presidente-executivo da Renault, Ghosn enfrenta diversas denúncias por fraudes fiscais e uso indevido de bens corporativos.
Preso desde novembro, uma das suspeitas é que o franco-brasileiro, de origem libanesa, teria empurrado para a Nissan prejuízos pessoais de mais de 16 milhões de dólares. Além disso, teria ocultado grande parte do patrimônio das autoridades e sonegado impostos.
A audiência desta semana acontece a pedido da defesa do próprio Ghosn. Desde a prisão, Ghosn foi obrigado a se manter em silêncio e os advogados não podem assistir aos interrogatórios, nem têm acesso às provas do caso.
No domingo, em entrevista a um jornal francês, um dos filhos dele disse que o Ministério Público do Japão quer que o pai admita os crimes para deixar a prisão. Mas a confissão teria que ser escrita em japonês, idioma não dominado pelo executivo.
Segundo o juiz, o empresário está detido porque há o risco de fuga e de destruição de evidências.
*Com Agência Brasil.
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