Em discurso na ONU, Lula critica prisão de Assange, embargo contra Cuba e Conselho de Segurança da ONU

Durante sua participação na abertura da Assembleia Geral, presidente defendeu a liberdade de imprensa e pediu mudanças na estrutura do Conselho de Segurança

  • Por Jovem Pan
  • 19/09/2023 11h54 - Atualizado em 19/09/2023 12h24
Ed JONES / AFP Lula na ONU Em seu discurso, Lula criticou a tentativa de 'reeditar a Guerra Fria'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou os Estados Unidos durante o discurso de abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Em sua fala, Lula não citou o país, mas criticou as punições ao jornalista Julian Assange, o embargo econômico contra Cuba e o Conselho de Segurança da ONU, que tem os EUA como um de seus principais representantes. Ao falar sobre Assange, Lula defendeu a liberdade de imprensa e a luta contra desinformação. “É fundamental preservar a liberdade de imprensa. Um jornalista, como Julian Assange, não pode ser punido por informar a sociedade de maneira transparente e legítima. Nossa luta é contra a desinformação e os crimes cibernéticos”, afirmou. Atualmente sob custódia da Polícia de Londres, Assange fundou o WikiLeaks em 2006 e ganhou os holofotes ao publicar uma série de documentos sigilosos dos Estados Unidos. Em outro momento do discurso, Lula também criticou a manutenção do embargo econômico a Cuba e a divisão do mundo. “O Brasil seguirá denunciando medidas tomadas sem amparo na Carta da ONU, como o embargo econômico e financeiro imposto a Cuba e a tentativa de classificar esse país como Estado patrocinador de terrorismo. Continuaremos críticos a toda tentativa de dividir o mundo em zonas de influência e de reeditar a Guerra Fria“, disse o petista. Em seguida, Lula criticou o Conselho de Segurança da ONU, dizendo que o grupo vem perdendo a credibilidade por causa das ações de seus membros permanentes. “O Conselho de Segurança da ONU vem perdendo progressivamente sua credibilidade. Essa fragilidade decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime. Sua paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo, conferindo-lhe maior representatividade e eficácia”, afirmou o presidente brasileiro. Lula vem defendendo a entrada do Brasil e de outras nações emergentes no conselho.

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