Em meio à segunda onda, Argentina bate recorde de mortes por Covid-19

Presidente do país, Alberto Fernández admitiu que o momento é difícil e pediu que a população continue se cuidando: ‘Passo o dia todo procurando laboratórios e chefes de Estado para me darem vacinas’

  • Por Jovem Pan
  • 24/04/2021 17h43
EFE/Juan Ignacio Roncoroni duas pessoas caminhando em uma cidade com uniformes azuis e máscaras face-shield De acordo com dados oficiais, desde o surto da segunda onda, no início do mês de abril, a Argentina registrou um total de 4.679 óbitos por Covid-19

Em meio à segunda onda da Covid-19, a Argentina bateu nesta quinta-feira, 22, o recorde de mortes por coronavírus, com 537 óbitos. Embora funcionários do cemitério Chacarita, o maior de Buenos Aires, digam que sua atividade continua dentro da normalidade, eles estão trabalhando para expandir o terreno com o objetivo de acrescentar mais covas. De acordo com dados oficiais, desde o surto da segunda onda, no início do mês de abril, a Argentina registrou um total de 4.679 óbitos por Covid-19, uma média diária de mais de 200 em todo o país, com picos nesta sexta-feira, 23, no dia 15 (383 mortes) e no dia 14 (368).

Na quinta-feira, dia em que o número foi recorde, Buenos Aires liderou, com 327 mortes, seguida da capital, tida como jurisdição à parte, com 58, e da província de Santa Fé, com 37. Essas regiões também são as que registraram o maior número de óbitos desde o início da pandemia. A província de Buenos Aires teve 30.625 até agora, mais da metade de todo o país, à frente da cidade homônima, com 10.209, e de Santa Fé, com 4.375. Durante um evento em Rosário, o presidente do país, Alberto Fernández, admitiu ser um momento muito difícil e pediu para os argentinos continuarem cuidando de si mesmos. “Passo o dia todo procurando laboratórios, chefes de Estado para me darem vacinas, vendo como os contágios crescem a cada dia, vendo quantas vidas este maldito vírus leva a cada dia… Mas este é o tempo que coube a nós, um tempo muito difícil”, lamentou.

Situação em Buenos Aires

Já o secretário de Saúde de Buenos Aires, Fernán Quirós, afirmou neste sábado, 24, que o aumento das mortes por pessoas infectadas com mais de 60 anos é muito significativo. A taxa de letalidade é de 4,38% na população de 60 a 69 anos, 12,77% entre 70 e 79 anos e 27,35% naqueles com mais de 80 anos. Porém, nos últimos oito meses, a cidade conseguiu reduzir a taxa em quase 30% em todas as faixas etárias, indo de uma média de 3% para 2,47%. “Isso porque há muitas pessoas vacinadas e protegidas e, portanto, adoecem menos seriamente. Cuidamos muito dos idosos, porque a medicina está avançando e porque o sistema de saúde está cada vez mais preparado para fornecer cuidados mais adequados”, explicou Quirós. O governo de Buenos Aires ordenou ontem aos centros de saúde privados e à previdência social a remarcação e suspensão por 30 dias de atendimentos programados e de intervenções médicas que não sejam consideradas urgentes ou que possam ser adiadas ou descontinuadas.

Apesar disso, Quirós defendeu que o número de infecções na capital está estabilizado, com uma média de 3.103 casos diários nos últimos sete dias. “O que pode ser visto muito claramente é que nos últimos sete a dez dias a curva parou de crescer, está praticamente estabilizada”, afirmou. Entretanto, Fernández defendeu novamente sua decisão de suspender as aulas na região metropolitana de Buenos Aires, restrição que permanecerá pelo menos até 30 de abril, já que nos últimos 30 dias o crescimento do contágio entre menores de 19 anos foi superior a 200%.

* Com EFE

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