Em oposição a Trump, presidente da China se compromete com abertura econômica

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/04/2018 09h09
EFE/EPA/HOW HWEE YOUNG Governo de Xi Jinping pretende ampliar as importações "necessárias à população".
Em uma firme defesa do livre-comércio global, o presidente da China, Xi Jinping, afirmou em evento em Pequim que as reformas econômicas do país têm tido sucesso e que o governo dele pretende ampliar as importações “necessárias à população”.

“Vamos ampliar de forma significativa o acesso externo ao mercado chinês este ano, à medida que estamos trabalhando persistentemente para implementar medidas de abertura o mais rápido o possível. Acreditamos que essa abertura vai nos levar a um maior progresso”, afirmou Xi, durante o Fórum Boao para a Ásia.

O presidente chinês se comprometeu ainda em implementar as medidas de abertura econômica no país, especialmente nos setores de capitais e automobilístico. Em troca, Xi espera que os países reduzam as restrições de comércio de produtos tecnológicos.

O tom do discurso de Xi contrasta com a linha adotada por seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, que cada vez mais tem tomado medidas protecionistas e atacado organismos multilaterais

Sem mencionar as recentes barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos, Xi disse que acredita que “o diálogo é a melhor maneira para resolver disputas”. “A globalização pode ser mais aberta e inclusiva, com o fortalecimento dos sistemas de negociação multilateral”, ressaltou.

Ao reforçar a disposição em “contribuir com o mundo”, Xi afirmou que a China está assumindo as responsabilidades de um “país global”, sem ameaçar os outros ou prejudicar a ordem global existente. “Nós já contribuímos para mitigar a crise financeira na Ásia e no mundo. Essa mentalidade de Guerra Fria de que estamos competindo por espaço está fora de lugar. O que acreditamos é que os Estados devem se abster de tentar ampliar sua dominância”, disse.

O evento conta com a presença, entre outros, da diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, e de empresários de diversos setores.

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