Em resposta a Xi Jinping, Putin diz estar disposto a negociar com Ucrânia
Mandatário russo disse, em ligação com o líder chinês, que está aberto a resolver o conflito através da diplomacia; Rússia iniciou uma ofensiva militar ao país vizinho na madrugada de quinta-feira, 24
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse, nesta sexta-feira, 25, ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, durante conversa telefônica, que está disposto a negociar com a Ucrânia após a invasão que iniciou no país vizinho na madrugada de quinta-feira, 24. “Os Estados Unidos e a Otan há muito ignoram nossas preocupações de segurança, que eram razoáveis, desconsiderando seus compromissos. Eles avançaram militarmente para leste, desafiando nossas linhas vermelhas”, afirmou Putin a Xi Jinping sobre sua decisão de partir para uma ofensiva militar, mas garantiu estar aberto a resolver a questão através de negociações com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. “A Rússia está pronta para realizar negociações de alto nível com a Ucrânia”, assegurou o mandatário russo, segundo informações da agência EFE. A fala de Putin foi apoiada pelo líder chinês, que defendeu a retomada da diplomacia. “A China apoia a Rússia e a Ucrânia na resolução desta questão através de negociações”, mas enfatizou que é importante “respeitar as legítimas preocupações de segurança de todos os países”.
“As mentalidades da Guerra Fria devem ser abandonadas, e um mecanismo de segurança equilibrado, eficaz e sustentável para a Europa deve ser formado através de negociações”, apontou Jinping. “A China está disposta a trabalhar com a comunidade internacional para promover um modelo de segurança sustentável e cooperativo. Devemos manter uma ordem internacional baseada na lei, tendo as Nações Unidas como o principal ator”, afirmou o presidente da China, acrescentando que a China respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países, que devem “aderir aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”. O governo chinês aproveitou para se posicionar contra as sanções. Segundo o país, as sanções são ineficazes para resolver o conflito e se opõe às punições unilaterais. Apesar de pedir uma saída diplomática, Jinping evitou condenar o ataque da Rússia a Ucrânia, o que poderia estremecer o acordo firmado entre os líderes há algumas semanas. Em 4 de fevereiro, Xi Jinping recebeu Putin em Pequim e declarou que ambos os países se apoiarão firmemente na “salvaguarda dos seus principais interesses”. Após o encontro, as nações declararam que a “amizade entre os dois Estados não tem limites”.
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