Encontro entre Putin e Zelensky está próximo de acontecer, dizem negociadores

Durante nova rodada de negociações, os representantes falaram que os resultados da reunião são suficientes para acelerar uma conversa entre os líderes; outras condições de cessar-fogo também avançaram

  • Por Jovem Pan
  • 29/03/2022 11h11
EFE/EPA/UKRAINIAN PRESIDENTIAL PRESS SERVICE HANDOUT Putin e Zelenksy Encontro entre Putin e Zelensky fica mais próximo de acontecer após avanços na quinta rodada de negociações

Em nova rodada de reuniões realizada nesta terça-feira, 29, na Turquia, representantes russos e ucranianos informaram que já é possível organizar um encontro entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. “Os resultados da reunião de hoje são suficientes para um encontro a nível de chefes de Estado”, declarou David Arakhamia. O negociador da Rússia, o vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, informou que já é possível acelerar o processo para que os dois líderes conversem. Desde o início da ofensiva em 24 de fevereiro, Moscou sempre recusou essa proposta de Kiev. Além do anúncio sobre uma possível reunião entre os dois líderes, outros assuntos também avançaram durante as quatro horas de reunião. A Rússia concordou em reduzir “drasticamente” as atividades militares na de Chernihiv e nos arredores de Kiev, capital ucraniana. “A fim de aumentar a confiança mútua e criar as condições necessárias para novas negociações e alcançar o objetivo final de concordar e assinar (um) acordo, foi tomada a decisão de reduzir radicalmente, por uma grande margem, a atividade militar nas direções de Kiev e Chernihiv”, declarou.

Durante os dois minutos que falou na reunião, Fomin informou que a Rússia não é contra o ingresso da Ucrânia na União Europeia. “Essas propostas serão consideradas em um futuro próximo, relatadas ao presidente, e nossa resposta será dada”, disse Medinsky. Condições propostas pela Ucrânia também foram discutidas. De acordo com o conselheiro presidencial, Mikhailo Podolyak, o desejo do país de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não existe mais, entretanto, nenhum acordo pode impedir que entrem para União Europeia, pois essa seria uma garantia de segurança para a soberania da Ucrânia. Por meio de um tuíte, ele informou brevemente sobre os pontos que foram abordados. “Tratado de garantias de segurança com um análogo aprimorado do Artigo 5 da OTAN. Estados garantidores (EUA, Reino Unido, Turquia, França, Alemanha etc.) legalmente envolvidos na proteção de qualquer agressão. Implementação através de um referendo e parlamentos dos estados garantes”. Mesmo com a evolução na negociação após cinco rodadas e a volta da reunião presencial, o representante russo informou que não deve haver outra rodada na quarta-feira. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores.

 

O território da Crimeia também esteve em pauta, e, em em a península que foi  anexada em 2014 por Putin, Podolyak informou que foi oferecido “registrar claramente a intenção das partes de resolver a questão exclusivamente por meio de negociações bilaterais dentro de 15 anos”, entretanto, enfatizou que foi proposto “não resolver a questão da Crimeia por meios militares em nenhum caso. Apenas esforços políticos e diplomáticos”. Outro ponto que foi debatido, diz respeito a aceitação de adotar um status de neutralidade e de abrir mão dos armamentos e deixar o território livre de qualquer base militar estrangeira. “Se conseguirmos consolidar as disposições-chave, e para nós isso é o mais fundamental, então a Ucrânia estará em posição de realmente fixar seu status atual como um Estado que não fará parte de um bloco e não nuclear, na forma de neutralidade permanente”, disse o negociador ucraniano Oleksander Chaly.

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