Lenín Moreno decreta estado de exceção no Equador

Lenín Moreno decretou estado de exceção no Equador após sancionar medidas econômicas que aumentam os preços dos combustíveis

  • Por Jovem Pan
  • 03/10/2019 17h09
EFE/ José Jácome Equador viveu dia de protestos nesta quinta-feira (3) contra as medidas econômicas do presidente Lenín Moreno

O presidente do Equador, Lenín Moreno, decretou nesta quinta-feira (3) estado de exceção em meio a um protesto de transportadoras, cujos caminhões bloqueiam estradas em várias regiões do país, contra as medidas econômicas anunciadas pelo governo como parte do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

“A fim de proteger a segurança dos cidadãos e evitar o caos, decretei o estado de exceção em nível nacional”, disse Moreno no palácio de Carondelet, sede do governo. O anúncio foi feito em um momento em que aumentam as manifestações, especialmente na capital equatoriana, Quito, contra a eliminação dos subsídios aos combustíveis, entre outras medidas.

Moreno reiterou a abertura ao diálogo e alegou que sempre estará “disposto a ceder espaços que não comprometam, sob nenhuma circunstância, a ética e a moral, a transparência com a qual tem sempre sido conduzido este governo”.

Segundo a ministra de Governo, María Paula Romo, o estado de exceção tem o objetivo de garantir a normalização das atividades no país, que hoje viveu várias manifestações, algumas delas violentas.

Romo afirmou que 11 pessoas foram presas por distúrbios nessas manifestações, que começaram de madrugada, quando entraram em vigor os novos preços do diesel e da gasolina conhecida como “extra”, a de maior consumo no país.

Na última terça-feira (1º), Moreno assinou um decreto para eliminar a partir de hoje os subsídios aos combustíveis, fazendo com que os preços oscilem conforme as cotações internacionais. Desta forma, há previsões de que o galão de diesel suba de US$ 1,03 para US$ 2,27, e o da gasolina extra, de US$ 1,85 para US$ 2,30.

Longas filas de veículos se formaram ontem em postos de combustíveis, com os motoristas tentando encher os tanques antes do aumento dos preços.

Além das transportadoras, também participam dos protestos organizações sociais, indígenas e estudantes universitários. O pacote de medidas anunciadas pelo governo responde às necessidades de liquidez do Equador, que em março obteve de organizações internacionais uma linha de crédito de mais de US$ 10 bilhões.

O acordo com o FMI, pelo qual o país recebeu US$ 4,2 bilhões, inclui uma série de exigências para reduzir os gastos públicos e aumentar as receitas estatais, o que despertou a indignação de sindicatos e setores desfavorecidos.

*Com EFE

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