Erdogan volta a usar vídeo de massacre em campanha

  • Por Jovem Pan
  • 22/03/2019 14h16
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EFE EFE Muçulmano, Erdogan questiona países que criticam terrorismo "islâmico"

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, voltou a utilizar nesta sexta-feira, 22, durante um comício eleitoral, o vídeo do massacre cometido em duas mesquitas da Nova Zelândia, horas depois que o ministro das Relações Exteriores neozelandês, Winston Peters, garantiu que a gravação não seria exibida.

No domingo, 17, dois dias depois do atentado, o presidente da Turquia exibiu durante um comício o vídeo gravado pelo assassino. O trecho do vídeo incluía o momento no qual o suspeito entra em uma das mesquitas e abre fogo contra os muçulmanos.

Depois da exibição no domingo, Erdogan questionou o uso do termo “terrorismo islâmico” quando ataques são cometidos por um muçulmano. “Mas (na ocasião do ataque na Nova Zelândia), ninguém deu nome a isso. Ninguém disse: ‘é um terrorista cristão’”, criticou.

Em princípio, era esperado que Winston Peters abordasse o assunto com o governo turco, mas, na entrevista coletiva que aconteceu depois da cúpula entre os dois representantes, o ministro neozelandês declarou que não tocou no tema.

Diante das perguntas dos jornalistas sobre se tinha pedido a Erdogan que desistisse de exibir o vídeo, Peters respondeu: “Não, não pedi, porque senti que não tinha que pedir, pois eles já não o fazem mais”.

No entanto, horas depois, o líder turco voltou a projetar as imagens do massacre durante um comício realizado na cidade de Konya.

Na segunda exibição, Erdogan, que é muçulmano, fez comentários dirigidos contra o líder da oposição, Kemal Kiliçdaroglu, que após o atentado de Christchurch pediu uma reflexão sobre o “terrorismo que surge dos países islâmicos”.

O autor do atentado na Nova Zelândia é Brenton Tarrant, um australiano de 28 anos, que se considera de extrema direita e anti-imigração.

*Com EFE

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