Espanha afirma que pelo menos 850 menores de idade vindos do Marrocos estão em Ceuta
Crianças e adolescentes estão recebendo alojamento e alimentação enquanto aguardam resultado de testes que comprovam sua faixa etária; 4,8 mil migrantes já foram expulsos do enclave
As autoridades da Espanha afirmaram que pelo menos 850 migrantes menores de idade vindos do Marrocos estão na cidade de Ceuta, um enclave espanhol no lado africano do estreito de Gibraltar. No entanto, esse número ainda pode aumentar visto que nesta quinta-feira, 20, crianças e adolescentes continuaram se apresentando às autoridades após passarem as últimas noites nas ruas. Os menores estão recebendo alojamento e alimentação enquanto policiais se encarregam da certificação de que eles não estão infectadas pelo novo coronavírus e de que têm, de fato, menos de 18 anos através de um teste feito nos ossos do pulso e um raio-X da boca. Na sequência, as crianças e adolescentes serão encaminhados para centros infantis de Ceuta. Caso eles sejam procurados pelos pais, a situação da família é estudada rigorosamente para entender se a reunificação é de melhor interesse para os menores. Caso contrário, eles permanecem sob a tutela do governo espanhol. Um voluntário que distribui comida na região fronteiriça disse à agência de notícias espanhola EFE que alguns menores de idade foram enganados, uma vez que lhes foi dito que eles poderiam ver jogadores como Leonel Messi e Cristiano Ronaldo quando chegassem à Ceuta.
Enquanto isso, 4,8 mil migrantes maiores de idade foram enviados de volta ao Marrocos, segundo o primeiro-ministro Pedro Sánchez. Em um único dia, mais de oito mil migrantes vindos do Marrocos entraram de forma irregular em Ceuta e Melilla, dois enclaves espanhóis que são as únicas fronteiras terrestres entre a União Europeia e a África. O incidente foi considerado a crise migratória mais grave dos últimos vinte anos na região e aconteceu em meio à rumores de que as autoridades marroquinas teriam feito vista grossa para as travessias. O ato seria uma forma de retaliação ao fato da Espanha ter permitido em abril que Brahim Gali, líder de um grupo do Saara Ocidental que é considerado terrorista pelo Marrocos, recebesse tratamento para a Covid-19 em território espanhol.
*Com informações da EFE
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