Estado da Virgínia, nos EUA, declara emergência após choques em marcha supremacista branca
A realização da polêmica marcha “Unir à Direita”, convocada por um grupo de supremacistas brancos em Charlottesville (Virgínia, Estados Unidos), deixou vários feridos neste sábado (12) após enfrentamentos com opositores e provocou a declaração de estado de emergência.
Ainda que o início da marcha estivesse previsto para o meio-dia no Emancipation Park, no centro da cidade, minutos antes já começaram os primeiros confrontos violentos.
As palavras de ordem lançadas entre manifestantes, adornados com bandeiras confederadas e escudos de proteção; e os opositores, que acusam os organizadores de apologia a uma ideologia ultradireitista, rapidamente terminaram em chutes e murros.
Breaking News: White nationalists clash with activists at #Charlottesville, Virginia rally. https://t.co/WsU76RXZeZ pic.twitter.com/4kqD2k8CaD
— Fox News (@FoxNews) August 12, 2017
Segundo a polícia de Charlottesville, os primeiros enfrentamentos se saldaram com vários feridos, sem detalhar a cifra exata ou a sua gravidade.
Por sua parte, o governador de Virgínia, Terry McAuliffe, se viu obrigado a declarar emergência estatal para “ajudar as autoridades a responder à violência”, segundo explicou em sua conta no Twitter.
Jason Kessler, organizador da marcha, destacou em um comunicado que a manifestação pretende defender a Primeira Emenda da Constituição, que protege a liberdade de expressão, e respaldar os “grandes homens brancos que estão sendo difamados, caluniados e derrubados nos EUA”.
A polêmica marcha foi organizada em protesto pela retirada de uma estátua em homenagem ao general confederado Robert E. Lee, que liderou as forças do sul durante a Guerra Civil americana, e depois da ocorrência de confrontos violentos na véspera.
A manifestação foi descrita como “o maior encontro de ódio em décadas nos EUA”, segundo o Southern Poverty Law Center, uma instituição que investiga grupos que fomentam a violência racial.
O assunto logo se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. O ex-presidente Bill Clinton afirmou em seu perfil no Twitter que “assim como protegemos a liberdade de expressão, devemos condenar o ódio, a violência e a supremacia branca”.
Even as we protect free speech and assembly, we must condemn hatred, violence and white supremacy. #Charlottesville
— Bill Clinton (@billclinton) 12 de agosto de 2017
Charlottesville, situada a 300 quilômetros ao sudoeste de Washington, tem cerca de 46.000 habitantes e é sede da Universidade de Virgínia.
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