Estados Unidos demonstram preocupação com Israel por tentativa de impedir transmissão de imagens de Gaza

Porta-voz da Casa Branca disse que irá investigar decisão de Israel; ‘isso é preocupante’, disse Karine Jean-Pierre

  • Por Jovem Pan
  • 21/05/2024 15h48 - Atualizado em 21/05/2024 16h04
AFP Pessoas inspecionam os danos nos escombros de um edifício que foi danificado durante o bombardeio israelense no bairro de Al-Daraj, na cidade de Gaza, em 21 de maio de 2024, em meio ao conflito em curso entre Israel e o grupo militante palestino Hamas. Pessoas inspecionam os danos nos escombros de um edifício que foi danificado durante o bombardeio israelense no bairro de Al-Daraj, na cidade de Gaza

Os Estados Unidos classificaram nesta terça-feira (21), como “preocupante” a decisão de Israel de impedir que a agência de notícias Associated Press (AP) transmita imagens da Faixa de Gaza, alegando uma violação da nova lei de imprensa por fornecer imagens à rede Al Jazeera, do Catar, cuja transmissão foi censurada em Israel desde (5) de maio. “Isso é preocupante. E queremos investigar”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, a jornalistas a bordo do Air Force One. A porta-voz enfatizou a “importância” do trabalho dos jornalistas em qualquer lugar do mundo e o considerou um “pilar da democracia” devido ao papel de vigilância que desempenham no monitoramento do poder. As autoridades israelenses basearam sua decisão em relação à AP na chamada Lei Al Jazeera, pela qual, desde maio, órgãos de comunicação estrangeiros, por um período renovável de 45 dias, podem ser forçados a parar de transmitir em Israel por causa de supostas razões de segurança, bem como podem ter suas redações fechadas, equipamentos confiscados e sites bloqueados.

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A AP informou nesta terça que seus jornalistas estavam transmitindo ao vivo de Sderot, uma cidade israelense no norte da Faixa de Gaza, quando foram interrompidos e forçados a parar de transmitir por autoridades israelenses sob uma ordem assinada pelo ministro das Comunicações, Shlomo Karhi.

Antes de Israel confiscar o equipamento da AP, as autoridades emitiram uma ordem verbal para que a agência interrompesse a transmissão, mas ela se recusou. O Ministério das Comunicações de Israel, por sua vez, afirmou que havia tomado “medidas necessárias” para limitar as transmissões que considerava prejudiciais à segurança do Estado, de acordo com uma declaração divulgada pela AP.

Depois que a lei de imprensa foi aprovada, o governo israelense, chefiado por Benjamin Netanyahu, fechou os escritórios da Al Jazeera em Jerusalém em (5) de maio, dia em que também interrompeu seu canal de televisão no país. Após essa decisão, os EUA expressaram seu apoio a Al Jazeera e consideraram que ela deveria poder operar em Israel, como faz em outras nações da região.

Al Jazeera é um dos poucos meios de comunicação com uma extensa rede de funcionários na Faixa de Gaza e, com seu fechamento, Israel está dificultando ainda mais a cobertura de uma guerra na qual mais de 35,4 mil palestinos já morreram.

*Com informações da EFE

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