Estados Unidos executam Lisa Montgomery, única mulher no corredor da morte

A última execução a nível federal de uma prisioneira mulher no país aconteceu em 1953; a condenada foi acusada de assassinar uma gestante e roubar o seu bebê

  • Por Jovem Pan
  • 13/01/2021 10h59 - Atualizado em 13/01/2021 16h20
Reuters Os advogados de Lisa Montgomery alegavam que ela sofria de doenças psiquiátricas

Lisa Montgomery, a única mulher que estava no corredor da morte dos Estados Unidos, foi executada nesta quarta-feira, 13, pelo estado de Indiana. A execução por injeção letal ocorreu no complexo penitenciário de Terre Haute, após a Suprema Corte levantar uma suspensão que havia sido ordenada por um tribunal federal horas antes. A morte foi confirmada às 1h30 do horário local, de acordo com jornalistas que acompanharam o procedimento. Montgomery, que tinha 52 anos, abdicou do direito de pronunciar as últimas palavras, limitando-se a dizer “não” quando o carrasco descobriu o seu rosto para perguntar se a condenada gostaria de dizer algo. Já sua advogada Kelley Henry, criticou a decisão do governo. “Nossa Constituição proíbe a execução de uma pessoa que não possa compreender racionalmente essa execução. O governo atual sabe disso. E a mataram de qualquer jeito. Deveriam sentir vergonha”, declarou à imprensa local. Segundo o Centro de Informações sobre Pena de Morte, a última execução a nível federal de uma prisioneira mulher tinha acontecido nos Estados Unidos em 1953.

Lisa Montgomery tinha 36 anos quando, em 2004, assassinou Bobbie Jo Stinett, de 23 anos, que estava grávida de oito meses. As duas tinham se conhecido pela internet e Montgomery foi à casa de Stinett usando um nome falso sob o pretexto de comprar um cachorro. Montgomery estrangulou Stinett até que ela perdesse a consciência e depois utilizou uma faca de cozinha para extrair o bebê da gestante. A condenada levou o recém nascido para a sua própria casa, onde acabou sendo presa no dia seguinte. A criança sobreviveu e foi devolvida pelas autoridades ao seu pai biológico. Os advogados da condenada argumentaram durante o julgamento que Montgomery sofria de uma doença mental devido a abusos físicos e sexuais dos quais foi vítima na infância e, por isso, não poderia ser condenada à morte. Alguns familiares de Stinett assistiram à sua execução.

*Com informações da EFE

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