Estudantes retomam protestos em Bangladesh para exigir renúncia do Supremo Tribunal
Centenas de jovens estudantes, advogados e cidadãos se reuniram na porta do tribunal, onde agitaram bandeiras de Bangladesh e pintaram slogans revolucionários
Uma multidão de estudantes voltou às ruas da capital de Bangladesh neste sábado (10) para exigir a renúncia do chefe do Supremo Tribunal, em meio a suspeitas que alguns juízes poderiam apoiar o regresso da ex-primeira-ministra Sheihk Hasina. Centenas de jovens estudantes, advogados e cidadãos se reuniram na porta do tribunal, onde agitaram bandeiras de Bangladesh e pintaram slogans revolucionários, para exigir a saída do chefe do Supremo Tribunal, Obaidul Hassan. Segundo os manifestantes, Hassan representa a influência da antiga mandatária forçada a renunciar na última segunda-feira, após semanas de protestos antigovernamentais, que foram fortemente reprimidos e levaram a confrontos que deixaram ao menos 400 mortos.
“Já tínhamos pedido anteriormente a demissão do presidente do Supremo Tribunal. Se ele se posicionar contra os estudantes e o povo e os provocar, terá de enfrentar consequências terríveis”, disse o coordenador do movimento estudantil anti-discriminação, Abdul Hannan Masood.
O regresso às ruas, depois de dias de aparente calma e da nomeação de um governo interino, deve-se ao fato de que “os juízes de Hasina quererem dar hoje um golpe judicial, dando a impressão de que ela não tinha renunciado”, disse o manifestante Sabit Hasan, estudante do Notre Dame College, em Daca.
“Esses juízes tendenciosos devem renunciar. Enquanto não renunciarem, continuaremos protestando”, acrescentou.
Os protestos de hoje ocorrem após o filho da ex-premiê, conhecida como a ‘dama de ferro’ de Bangladesh, Sajeeb Wazed, ter garantido que Hasina não se demitiu formalmente, e sugerido seu possível regresso ao país.
Embora o Supremo Tribunal tenha validado hoje o governo interino do país, liderado pelo vencedor do Prêmio Nobel Muhammad Yunus, que tomou posse na última quinta, cumprindo a exigência dos estudantes, o tribunal convocou uma reunião plenária dos juízes que os manifestantes interpretaram como irregular.
*Com informações da EFE
publicado por Tamyres Sbrile
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