Estudo da NASA revela que saúde pode ser conservada no espaço por no máximo um ano
O astronauta Scott Kelly fez parte de uma experiência que ajudou a Agência Espacial Americana (NASA) a concluir que a saúde humana só pode ser preservada no espaço por no máximo um ano. Kelly esteve 340 dias a bordo da Estação Espacial Internacional, entre 2015 e 2016, e teve mudanças drásticas em sua saúde, revelou o estudo divulgado na quinta-feira, 11.
Do peso aos genes, a maioria das mudanças que ocorreu no corpo de Scott Kelly, comparado com o corpo de seu irmão gêmeo idêntico, Mark, na Terra, se transformaram novamente no momento em que Scott retornou a Terra. Ele voltou ao normal.
Numa conferência em vídeo com jornalistas, Mark agradeceu seu serviço para o país “ao se comprometer com a ciência e ficar um ano no espaço sem saber como isso o afetaria”.
Amostras de sangue de Mark foram coletadas durante todo o período para comparação. Scott, no espaço, coletava o próprio sangue para enviar para os pesquisadores na Terra.
O cientista chefe do Programa de Pesquisa Humana da NASA, Steven Platts, que coordenou o estudo, disse que o resultado mostra “resiliência e robustez do corpo humano”.
Mas o resultado também revela que é preciso ter precaução na segurança da saúde ao preparar astronautas para missões mais longas ou viagens mais profundas, como uma ida à Marte.
As mudanças moleculares, fisiológicas e comportamentais foram divididas entre grupos de baixo, médio e alto risco. A mudança de massa corporal de Scott foi considerada de baixo risco. Transformações na regulação de colágeno e de fluído do vaso sanguíneo ficaram na categoria de baixo risco, e instabilidade genética foi considerada uma mudança de potencial alto risco.
Quando vamos para o espaço e experimentamos a microgravidade a velocidades do tipo 27,500 quilômetros por hora, nossos corpos se adaptam e continuam a funcionar, e funcionam extremamente bem” disse Platts.
Participaram 84 cientistas de 12 universidades diferentes, todos estudando os diferentes aspectos do corpo humano no espaço. O estudo foi publicado no jornal Science. A base de dados inclui medidas cognitivas, fisiológicas e 27 meses de amostras dos dois irmãos, incluindo sangue, plasma, urina e fezes.
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