Estudo chinês aponta problemas cardiovasculares desencadeados pela covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 30/04/2020 09h54
MAURO SCROBOGNA/DIA ESPORTIVO/ESTADÃO CONTEÚDO Paciente internado na Itália Já em relação às experiências com alguns medicamentos para a doença, os pesquisadores alertam que sua eficácia e segurança ainda são desconhecidas

Uma equipe de cientistas chineses realizou um estudo detalhando as diferentes formas como o coronavírus pode desencadear problemas cardiovasculares em pacientes infectados.

Segundo o estudo, liderado por Shuyang Zhang, do departamento de cardiologia da Faculdade de Medicina da União de Pequim, o vírus pode infectar diretamente e causar inflamação dos tecidos cardíacos, agravar problemas cardiovasculares existentes ou desencadear uma resposta imune excessiva no organismo.

Zhang e sua equipe observaram que pacientes da Covid-19 com sinais aumentados de resposta inflamatória têm maior probabilidade de sofrer eventos cardiovasculares graves e correm maior risco de morte. Essa resposta excessiva refere-se a uma “tempestade de citocinas”.

As citocinas são as “bandeiras vermelhas” do corpo: um agente estranho entra no corpo, as citocinas são liberadas e o sistema imunológico reage e ataca esse micro-organismo estranho, no caso, o coronavírus. No entanto, quando há uma tempestade desses “sinais de alarme”, o sistema imunológico fica fora de controle e não apenas luta contra o vírus, mas também ataca o próprio corpo.

Nesse sentido, os pesquisadores recomendam o tratamento anti-inflamatório contínuo para ajudar na recuperação. Já em relação às experiências com alguns medicamentos para a doença, os pesquisadores alertam que sua eficácia e segurança ainda são desconhecidas.

“Alguns medicamentos usados para pacientes com Covid-19, como lopinavir / ritonavir, interferon, ribavirina e hidroxicloroquina, podem realmente aumentar o risco de deterioração cardiovascular”, explica Zhang.

Ele acrescenta que são urgentemente necessárias estratégias de proteção cardiovascular para melhorar o prognóstico geral.”Esperamos que nosso estudo forneça informações úteis para a comunidade mundial na esperança de melhorar o gerenciamento clínico da covid-19 durante esta pandemia.”

*Com informações EFE

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