Por risco de fuga, Justiça dos EUA determina que ex-presidente peruano continue preso
A Justiça dos Estados Unidos determinou nesta sexta-feira (19) que o ex-presidente do Peru Alejandro Toledo permaneça preso até que haja uma decisão final sobre sua possível extradição. Segundo o juiz federal Thomas S. Hixson, existe risco de fuga.
“Seria um fracasso diplomático significativo para os EUA se ele escapasse”, afirmou o magistrado sobre o ex-presidente, que é acusado de ter recebido até US$ 35 milhões da Odebrecht em troca de favorecimento à construtora brasileira em seus negócios no Peru quando ele era presidente.
O juiz também marcou a próxima audiência para 26 de julho. Nela, o político peruano contará com um novo advogado, já que seu representante anterior, Joseph Russoniello, não seguirá com o caso.
A audiência desta sexta serviu para decidir se Toledo teria direito à liberdade mediante pagamento de fiança ou não, mas Russoniello deu um passo além e argumentou que sua extradição deveria ser rejeitada porque o ex-presidente “seria discriminado no Peru por sua condição de indígena”.
O advogado alegou motivos políticos e raciais para indicar que, na sua avaliação, Toledo não teria um julgamento justo no Peru e disse que seu cliente não pretendia fugir dos EUA, apesar de as autoridades terem encontrado com ele uma maleta com US$ 40 mil em dinheiro no momento de sua detenção.
Toledo passou os últimos dois anos foragido da Justiça peruana nos EUA, onde vive na cidade de Menlo Park (Califórnia), próxima de San Francisco.
O ex-presidente sempre afirmou que as acusações contra si são uma mentira, fruto da “perseguição política” de seus “inimigos”. Além deste processo, ele foi preso perto de sua casa por embriaguez pública e passou uma noite detido em uma delegacia, um caso que o ex-mandatário classificou de “complô” e negou até que as autoridades confirmassem o fato.
*Com EFE
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