EUA e Reino Unido não acreditam que Rússia vai reduzir os ataques a Kiev

Biden disse que é preciso ver se eles seguem o que estão sugerindo; Boris Johnson afirmou que o cessar-fogo, por si só, não seria motivo para retirar as sanções

  • Por Jovem Pan
  • 29/03/2022 17h31
MICHAEL REYNOLDS biden não acredita em promessas russas

Apesar do anúncio da Rússia de reduzir os ataques na região de Kiev e Chernihiv durante a rodada de negociação com a Ucrânia que aconteceu nesta terça-feira, 29, líderes do Reino Unido e dos Estados Unidos veem com desconfianças essas garantias para cessar-fogo. Em resposta a repórteres que o questionaram sobre o assunto, Joe Biden declarou que não sabe se a Rússia vai cumprir com a promessa de reduzir suas operações militares. “Vamos ver se eles seguem o que estão sugerindo. Vamos continuar atentos ao que está acontecendo”, disse Biden.

O Pentágono segue o mesmo pensamento do líder norte-americano. Em comunicado, eles disseram que as tropas da Rússia estão reposicionando suas forças perto de Kiev, entretanto, não se trata de uma retirada e a capital ucraniana continua sob ameaça. “Estamos vendo um pequeno número de tropas que parecem estar se afastando de Kiev”, disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby. “Mas não estamos preparados para chamar isso de um retrocesso ou de uma retirada”, afirmou. “Acreditamos que o que eles provavelmente têm em mente é um reposicionamento para priorizar outros lugares”, acrescentou. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, realizou um pronunciamento e questionou a seriedade dos compromissos russos à frente das negociações com a Ucrânia por um cessar-fogo na região. Segundo o político norte-americano, “existe o que a Rússia diz e o que eles fazem, estamos focados neste último”.

Após declarar que a Casa Branca não enxerga sinais de que os acordos estão “avançando de maneira eficaz”, o representante do presidente Joe Biden alertou para a possibilidade dos russos estarem utilizando as reuniões como meio para, “mais uma vez desviar a atenção e levar as pessoas a pensar que não está fazendo o que está fazendo”. A desconfiança não fica só em território americano, o premiê britânico, Boris Johnson, também fez um comentário sobre o assunto durante uma reunião com ministros. “A pressão sobre Putin deve ser aumentada tanto por meio de novas medidas econômicas quanto pelo fornecimento de ajuda militar para garantir que a Rússia mude completamente o curso”, anunciou o porta-voz de Johnson, que complementou dizendo que o primeiro-ministro disse que a retirada total das tropas russas da Ucrânia seria um bom começo para a mudança de postura do Reino Unido. “Julgaremos Putin e seu regime por suas ações, não por suas palavras”, declarou.

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