EUA: Hospitais farão estudo com plasma de sobreviventes do coronavírus
Três hospitais de Nova York realizarão um estudo clínico para determinar se o plasma convalescente dos pacientes que sobreviveram do coronavírus pode ajudar pacientes infectados.
Montefiore, um sistema de 11 hospitais; a Escola de Medicina Albert Einstein, que faz parte dessa rede; e o hospital NYU Langone relataram nesta quarta-feira (29) sobre a pesquisa conjunta envolvendo 300 pessoas com sintomas respiratórios de contágio pelo novo vírus.
Segundo comunicado, metade dos participantes receberá plasma com anticorpos para a covid-19, enquanto os demais receberão um placebo. Os hospitais lembraram que a resposta imunológica do corpo às infecções por vírus envolve a fabricação de anticorpos.
Os candidatos ao estudo clínico serão pacientes que tenham tido sintomas respiratórios por menos de uma semana, necessitem de oxigênio suplementar ou tenham estado no hospital por menos de quatro dias, declara o comunicado.
Os pesquisadores explicaram ainda que o tratamento, conhecido como terapia com plasma convalescente, foi aplicado outros surtos de infecções virais e demonstraram potencial tanto na redução dos sintomas mais graves da doença quanto na melhoria das taxas de sobrevivência.
“Criamos este estudo a partir de evidências da chamada era pré-antibiótica, mas ainda não há evidências científicas de que ele será realmente eficaz”, declarou a diretora de Doenças Infecciosas da Montefiore e do Albert Einstein, Liise-anne Pirofski, que lidera o projeto.
O sistema Montefiore já tratou cerca de 4 mil pacientes graves. Isso, na visão dos estudiosos, representa uma grande oportunidade de obter plasma de pessoas recuperadas. “É possível que demore mais de um ano para que haja vacinas disponíveis. Enquanto isso, a terapia plasmática poderia fornecer ao organismo os elementos necessários para combater a infecção”, declarou a médica Mila Ortigoza, da NYU Langone e que também faz parte da equipe.
“As infecções que saltam dos animais para os humanos, como o novo coronavírus, são perigosas porque não temos os anticorpos para combatê-las. Daí nosso interesse em saber se a administração desses plasmas poderia salvar vidas”, completou.
*Com informações da EFE
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