EUA flexibilizam tarifa de aço importado do Brasil

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 30/08/2018 07h11
EFE Em seu mandato nos EUA, Trump tem investido em políticas protecionistas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aprovou um alívio nas cotas de importação de aço para o Brasil e outros parceiros comerciais, conforme apurou a agência de notícias Reuters. Citando o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, a agência informou que o aço brasileiro, da Coreia do Sul e da Argentina, além do alumínio argentino receberão alívio nas cotas de importação.

“As companhias podem solicitar exclusões de produtos com base em quantidade insuficiente ou na qualidade disponível dos produtores de aço e ou alumínio dos EUA”, disse o Departamento do Comércio, de acordo com a Reuters. “Nesses casos, uma exclusão da cota pode ser concedida e nenhuma tarifa seria devida.”

Até então, as exportações brasileiras de aço semiacabado estavam sujeitas a uma cota baseada na média vendida para os norte-americanos de 2015-2017, já a exportação de aço acabado estava limitada à cota de 70% da média desses anos. Com o anúncio de ontem, na prática, as empresas americanas ficam autorizadas a comprar os produtos desses três países sem pagar a sobretaxa mesmo que a cota seja ultrapassada.

Na Coreia, as ações de empresas do setor, como a Hyundai Steel e a Posco, dispararam após a notícia.

Contexto no Brasil

Em julho,  Instituto Aço Brasil revisou para baixo as previsões para 2018. O presidente da entidade, Marco Polo de Mello Lopes, ressaltou os reflexos da paralisação dos caminhoneiros e protecionismo norte americano.

Por duas razões: primeiro porque o mercado interno não cresceu da maneira que esperávamos. Segundo, porque as exportações passaram a ser realizadas num contexto de maior dificuldade, principalmente pelo aumento de protecionismo das economias que estão fechando seus mercados.

As estimativas de crescimento em 2018 baixaram de 8,6% para 4,3%, para a produção, vendas internas, de 6,6% para 5%, exportações 10,7% para menos 0,6% e consumo de 6,9% 9 para 4,9%.

Trump está errado ou certo? “É uma medida tomada pela morosidade na solução das questões que vinham sendo discutidas no Fórum Global. Já do lado brasileiro temos tido um apoio muito grande do MDIC, no que diz respeito as questões de acesso de acordo. Mas infelizmente, no diz respeito a defesa comercial, ainda não tomamos medidas que entendemos como necessárias para proteger nosso mercado interno”, revelou Lopes.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.