EUA homenageiam vítimas de ataque racista ocorrido no supermercado de Buffalo

Moradores se reuniram em frente ao local para vigília; governadora de Nova York e Joe Biden também prestaram suas condolências

  • Por Jovem Pan
  • 15/05/2022 17h31 - Atualizado em 15/05/2022 17h34
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EFE/EPA/BRANDON WATSON memorial vítimas de tiroteio no supermercado EUA Um memorial para as vítimas perto do local do tiroteio de ontem em uma mercearia Tops Friendly Market em Buffalo

Moradores de Buffalo homenagearam neste domingo, 15, as vítimas do ataque racista cometido no sábado e que deixou 10 pessoas mortas. Eles se reuniram na parte externa do supermercado onde tudo aconteceu para a vigília, enquanto a governadora de Nova York, Kathy Hochul, a procuradora-geral do estado, Letitia James, e o prefeito de Buffalo, Byron Brown, participavam de uma missa em uma igreja batista da cidade. Com sentimentos que iam de raiva à tristeza, os oradores denunciaram esta última erupção de violência racista e a fácil disponibilidade de armas de alto poder, algo que vem se transformando em uma cena tristemente familiar em todos os Estados Unidos. Só em 2020, 19.350 pessoas foram vítimas de arma de fogo, um aumento de quase 35% em relação a 2019.

O incidente trouxe à tona lembranças de alguns dos piores ataques racistas na história recente do país, entre eles o assassinato de nove fiéis em uma igreja da comunidade negra na Carolina do Sul por um jovem branco em 2015, e o ataque de um homem branco no Texas em 2019, que resultou na perda de 23 vidas, a maioria delas de pessoas de origem latina. No final da tarde de sábado, 15, Payton Gendron, um jovem de 18 anos dirigiu até Buffalo de sua cidade natal, Conklin, a mais de 320 quilômetros de distância, e abriu fogo contra clientes e funcionários que estavam no local.

O ataque foi exibido ao vivo na Twitch, uma rede social de transmissão por streaming. Gendron foi denunciado no sábado pela noite por uma só acusação de assassinato em primeiro grau, e detido sem direito à fiança, informou o escritório do promotor distrital do condado de Erie. Hochul, que estava presente no supermercado, descreveu o crime como uma “execução ao estilo militar”, ao assinalar que o atirador portava um fuzil de assalto semiautomático AR-15. Em entrevista à emissora local, ela classificou as redes sociais como “instrumentos desse mal” e afirmou que as mesmas permitiam que os temas racistas “se propagassem como um vírus”.

O presidente Joe Biden se pronunciou neste domingo sobre o fato em um serviço religioso de homenagem aos policiais americanos mortos em serviço: “Todos devemos trabalhar juntos para lidar com o ódio, que continua sendo uma mancha na alma dos Estados Unidos”, afirmou. Ontem, Biden havia deplorado o ataque ao classificá-lo de “terrorismo doméstico”, cometido em nome da “repugnante ideologia nacionalista branca”. O ataque ao supermercado está sendo investigado como “crime de ódio” e um “caso de extremismo violento por motivos raciais”, declarou aos jornalistas Stephen Belongia, agente especial responsável pelo escritório de campo do FBI em Buffalo.

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