EUA lançaram ataques cibernéticos contra o Irã
Os EUA secretamente lançaram operações cibernéticas ofensivas contra um grupo de sistemas computacionais de inteligência iraniano na última quinta-feira (20), mesmo dia em que o presidente norte-americano Donald Trump recuou de utilizar métodos mais tradicionais de força militar, afirmou uma autoridade dos EUA familiarizada com o assunto.
Os ataques cibernéticos, que foram aprovados por Trump, tinham como alvo sistemas de computador usados para controlar lançamentos de mísseis e foguetes, disse a autoridade. Os ataques foram realizados pelo Comando Cibernético dos EUA, em coordenação com o Comando Central dos EUA.
A autoridade se recusou a dar detalhes específicos sobre os ataques, mas disse que não envolveram perda de vidas e foram considerados “muito” eficazes. Eles foram realizados durante o pico das tensões entre os EUA e o Irã nesta semana por causa de uma série de incidentes em todo o Oriente Médio, incluindo a derrubada de um drone de reconhecimento americano em Teerã.
A medida também ocorreu em meio ao temor dos EUA de que o Irã tentasse realizar ataques cibernéticos, já que várias empresas de segurança cibernética informaram que já viram sinais de que Teerã estaria atacando redes de computadores relevantes e pareciam particularmente focados no governo dos EUA e no setor de energia norte-americano, incluindo fornecedores de petróleo e gás.
O Comando Cibernético e o Conselho de Segurança Nacional não responderam a pedidos de comentários. Os detalhes das operações cibernéticas foram divulgados pela primeira vez na sexta-feira pelo Yahoo News.
Autoridades e ex-funcionários do governo americano alertaram que os ataques cibernéticos contra o Irã poderiam aumentar a probabilidade de que o Irã responda da mesma maneira e salientaram que o Irã é particularmente imprevisível em seu uso de ataques cibernéticos.
No sábado, a principal autoridade de segurança cibernética do Departamento de Segurança Interna, Chris Krebs, divulgou um comunicado alertando que as atividades iranianas maliciosas no ciberespaço estavam em ascensão. Segundo ele, tais ataques poderiam ser destrutivos por natureza. “O que pode começar como um comprometimento de conta, no qual você acha que pode perder dados, rapidamente pode se tornar uma situação em que você perdeu toda a sua rede”, disse.
A preocupação atual com a capacidade e intenções do Irã baseia-se em meses de crescente atenção sobre como o Irã poderia usar meios virtuais para retaliar os EUA pela postura difícil do governo Trump e elevar o tom contra o país. Em abril, o FBI emitiu um alerta para o setor privado alertando que o Irã poderia retaliar em resposta à decisão dos EUA de designar formalmente a Guarda Revolucionária Islâmica como uma organização terrorista.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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