EUA não descartam opção militar para solucionar crise na Nicarágua

  • Por Jovem Pan
  • 18/03/2019 19h18
EFE/Jorge Torres Além de novas eleições, os EUA exigem que o governo da Nicarágua liberte 1 000 presos políticos

O embaixador Todd Robinson, enviado especial dos Estados Unidos para a América Central, disse nesta segunda-feira, 18, em Madri, que todas as opções do governo americano estão sobre a mesa para solucionar a crise da Nicarágua, incluindo a via militar.

As declarações foram feitas em uma reunião com representantes do governo da Espanha para analisar o conflito interno no país centro-americano.

Robinson disse estar focado em resolver a crise da Nicarágua pela “ação política, econômica e diplomática”, mas ressaltou que a Casa Branca “não descarta nenhuma opção”, entre elas a militar.

Assim como já tinha feito na semana passada em Bruxelas, em reunião com representantes da União Europeia (UE), o diplomata americano reiterou hoje que os EUA apoiam o diálogo, mas continuarão aplicando sanções contra o regime de Daniel Ortega.

A Casa Branca quer, segundo Robinson, que a Nicarágua realize novas eleições livres e justas em breve.

O embaixador americano explicou que o governo de Donald Trump trabalha com outros países para “defender os direitos humanos como único caminho aceitável para a democracia na Nicarágua”.

“O regime de Ortega, no entanto, continua optando pela repressão aos direitos humanos e às aspirações democráticas do povo”, afirmou.

Segundo o representante do Departamento de Estado, os EUA continuarão aplicando e defendendo uma política de sanções contra o país, além de retirar vistos de integrantes do governo e restringir investimentos na Nicarágua por parte das instituições financeiras internacionais como forma de pressionar Ortega.

Além de novas eleições, o governo também exige que o governo da Nicarágua liberte todos os cerca de 1.000 presos políticos do regime de Ortega, detenções realizadas desde o início da crise em 2018.

A crise da Nicarágua se agravou em abril daquele ano, quando a oposição organizou uma série de manifestações contra Ortega e sua esposa, Rosario Murillo, vice-presidente do país.

Segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), 325 pessoas morreram, 2 mil ficaram feridas e 700 foram presas desde então. Além disso, dezenas de milhares fugiram da Nicarágua.

Apesar da complexa situação na Nicarágua, Robinson disse estar confiante quanto ao sucesso do processo de diálogo em andamento no país, que conta com apoio da oposição.

*Com EFE

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