EUA: Senado força filho de Trump a testemunhar sobre caso Rússia
O Comitê de Inteligência do Senado dos Estados Unidos emitiu uma citação judicial para forçar Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente americano, a testemunhar sobre seus contatos com russos. A ação é parte da investigação sobre a ingerência russa durante as eleições de 2016. Há suspeitas de que Trump Jr. tenha mentido aos parlamentares sobre esse assunto.
A citação judicial é a primeira que o Congresso dos EUA emite contra um filho do presidente americano. Um mês e meio depois que o promotor especial Robert Mueller concluiu sua própria averiguação, a Câmara e o Senado mantêm as próprias investigações sobre o caso.
O comitê do Senado, de maioria republicana, quer que Donald Trump Jr. volte a testemunhar diante deles, a portas fechadas, sobre as circunstâncias que rodearam o encontro que teve com a advogada russa Natalia Veselnitskaya em 9 de junho de 2016 na Trump Tower de Nova York.
A oposição democrata acredita que, nas suas conversas anteriores com o Congresso, o filho do presidente pode ter mentido sobre se informou a Trump que compareceria a essa reunião, de acordo com o jornal “The Washington Post”.
O encontro na Trump Tower – do qual também participaram o genro do agora presidente, Jared Kushner, e seu então chefe de campanha, Paul Manafort – foi o foco de parte da investigação de Mueller, mas o promotor concluiu que não havia provas de que a campanha republicana tivesse colaborado com a Rússia na sua suposta ingerência eleitoral.
O relatório Mueller indica que, em 2016, Donald Trump Jr. disse ao seu pai que pretendia ir a um encontro “para obter informação desfavorável sobre (Hillary) Clinton”, e Michael Cohen, que durante a campanha de 2016 era o advogado pessoal de Trump, esteve nessa reunião.
“Pelo tom da conversa, Cohen pensou que Trump Jr. já tinha conversado antes sobre o encontro com seu pai”, afirma a versão liberada do relatório de Mueller.
Esse testemunho de Cohen intrigou o comitê liderado pelo senador republicano Richard Burr, porque entra em contradição com o testemunho que Donald Jr. lhes deu em 2017, de acordo com o “Post” e “The New York Times”.
Burr está há várias semanas tentando programar uma sessão a portas fechadas com o filho mais velho de Trump, que agora se encarrega junto com seu irmão Eric de dirigir o conglomerado empresarial da Trump Organization em Nova York.
Finalmente, o senador republicano decidiu convocar judicialmente Donald Jr., que está “exasperado” por essa medida porque já tinha se oferecido “para continuar cooperando por escrito” com o comitê, segundo indicou ao “Post” uma fonte próxima ao filho de Trump.
*Com EFE
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