Europa classifica como ‘chantagem’ corte de gás russo e se mobiliza para reduzir impacto
Empresa Gazprom anunciou a interrupção do fornecimento alegando que não recebeu o pagamento pelo produto; presidente da Comissão Europeia disse que uma ‘resposta está sendo elaborada’
A suspensão do fornecimento de gás russo para a Bulgária e Polônia não repercutiu bem na União Europeia que classificou o ato como “chantagem”. Por meio do Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou: “o anúncio da Gazprom é uma nova tentativa da Rússia de fazer chantagem com o gás. Estamos preparados para este cenário”. Ela ainda enfatizou que uma resposta está sendo elaborada e mandou um recado para os europeus, dizendo que eles “podem ter certeza de que estamos unidos e somos solidários com os Estados-membros afetados”. A União Europeia afirmou que está preparada para a eventual interrupção do gás russo e elabora uma resposta coordenada.
Apesar de a Polônia e da Bulgária serem dois países muito dependentes do gás russo, a empresa PGNiG, da Polônia, informou que está interrupção não vai atrapalhar “o abastecimento atual dos clientes que recebem combustível de acordo com sua demanda”. O primeiro-ministro da Bulgária, Kiril Petkov, denunciou a medida e falou que ela “constitui uma grave violação do contrato”, mas que “não vamos ceder a uma chantagem assim”, disse. O chefe de Governo acrescentou que a Bulgária “revisará todos os contratos com a Gazprom, incluindo o que diz respeito ao trânsito” para terceiros países como a Hungria.
Diante da situação, países europeus estão se mobilizando para diminuir o impacto do corte de gás. A Grécia afirmou que vai ajudar a Bulgária com entregas de gás a partir do próximo mês, entretanto, vai realizar uma reunião nesta quarta para analisar o impacto da medida russa no setor nacional. A Polônia anunciou que vai substituir o produto russo pela produção local, transportada na Noruega, e que a partir do mês de outubro não vai mais precisar das importações da Rússia. A PGNiG chegou a informar que existem outras possibilidades de obter o recurso, inclusive da Alemanha e da República Checa.
Na terça-feira, 26, a Gazprom anunciou a suspensão do fornecimento de gás, a partir desta quarta, para esses dois países pertencentes a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) alegando que não recebeu o pagamento em rublos de nenhum dos dois países. No final de março, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que não ia mais aceitar pagamento pelo fornecimento de gás russo em outra moeda que não fosse o rublo. Na ocasião, ele declarou que a medida foi tomada como forma de reagir ao congelamento de ativos russos por parte de países ocidentais. Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, o país tem sido alvo de sansões que atingem sua economia, transporte e personalidades regionais.
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